As lojas de Viseu onde tudo ainda tem mão humana

Percorra a fotogaleria para conhecer quatro lojas oficinais em Viseu.

Na fotografia: a montra d'A Latoaria, que produz e vende peças de lata feitas à mão.

(Fotografias de Fábio Poço/GI)

01. AC Alfaiates

Advogados, políticos, empresários, noivos e muitos emigrantes são alguns dos clientes mais frequentes da AC Alfaiates, na rua Direita, no centro de Viseu. Um dos alfaiates que os atende é Carlos Ferreira, que se formou em gestão hoteleira mas decidiu, aos 28 anos, estudar na London College Fashion para aprender a arte do pai, Avelino Ferreira, de 73 anos.

01. AC Alfaiates

Trabalham juntos no ateliê, onde os clientes recebem atendimento personalizado, escolhendo tudo para os fatos feitos à mão, do tecido aos botões. Para cada um desses fatos, em tecidos de alta qualidade, só a mão de obra custa cerca de 300 euros.

02. A Latoaria

Aos 82 anos, António de Jesus Carvalho continua a dedicar-se à latoaria, sendo atualmente o único latoeiro de Viseu ainda em atividade. A sua pequena loja-oficina situa-se nas traseiras da Sé, no Largo de S. Teotónio, e quem entra pode contar com uma viagem ao passado através dos objetos de lata.

02. A Latoria

Nas prateleiras, estão expostos utensílios, como regadores, cântaros e candeias, todos feitos à mão, partir da bigorna onde António molda as peças. Trabalha em chapa zincada e folha de flandres. Atualmente, este último mestre da latoria viseense está mais dedicado ao artesanato e ocupa mais tempo a consertar peças do que a vender as novas.

03. José Pereira Costa - Instrumentos Musicais

Construir uma guitarra clássica, acústica ou um violino personalizado é assunto para José Pereira Costa. O artesão de Nelas instalou-se, em janeiro, no centro histórico de Viseu, a poucos metros da Sé, onde se dedica a construir instrumentos de corda a pedido, além de fazer reparações.

(Fotografias de Paulo Spranger/GI)

03. José Pereira Costa - Instrumentos Musicais

José é principalmente procurado por profissionais, muitos deles do Conservatório de Música Azeredo Perdigão, que preferem ter um instrumento feito à mão. Cada instrumento demora quatro meses a construir e dificilmente custa menos de dois mil euros.

04. Relojoaria Suíça

Proprietário da relojoaria Suíça, na rua Capitão Silva Pereira, Francisco Lopes Sousa, de 68 anos, ligado ao ofício desde os 12 anos, nunca soube o que era ter falta de clientes. Há sempre quem tenha um relógio avariado ou a precisar de pilha nova. O relojoeiro não costuma (nem gosta!) de ter reclamações, afirmando ser este um ofício que requer paciência e aprendizagem contínua, uma vez que a eletrónica está em constante mudança.

04. Relojoaria Suíça

As reparações podem variar entre os 10 e os 60 euros. No caso dos relógios de parede, mais complexos, o custo pode chegar aos 140 euros. À relojoaria também chegam conta-quilómetros mecânicos que, não raras vezes, foram estragados por lhe terem sido retirados quilómetros.