Quatro lojas novas para conhecer no Porto

A Ó! Cerâmica, na rua de Adolfo Casais Monteiro, na cidade do Porto, é um projeto dos mesmos mentores da Ó! Galeria. (Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)
No último ano, o Porto recebeu projetos que dão a conhecer ceramistas emergentes, marcas de roupa e acessórios sustentáveis, peças de design portuguesas e estrangeiras, e ainda meias que homenageiam a azulearia nacional.

Ó! Cerâmica

Peças para comprar e um atelier para aprender

Dez anos depois da abertura da Ó! Galeria chega a Ó! Cerâmica. Dar a conhecer o trabalho de ceramistas e ensinar a arte de pôr a mão na pasta é o que se faz neste espaço bem perto da Baixa.

Depois de funcionar durante um curto espaço de tempo durante o Natal, no ano passado, a Ó! Cerâmica abriu definitivamente as portas em outubro, pelas mãos de Ema Ribeiro e Nuno Santos.
À semelhança da “irmã mais velha” Ó! Galeria, a galeria de ilustração em Bombarda, este espaço dá a conhecer o trabalho de ceramistas emergentes e estabelecidos, com a exposição de peças utilitárias e outras mais artísticas.

Canecas, jarros e pratos da Malga, terrinas do Mestre Cabecinhas, um serviço de café da Miyaya e os pés que são vasos da Barro Alto são algumas das peças utilitárias presentes na loja, onde convivem com as figuras mais artísticas da Tosca.Lab e a peça António Variações de Alexandre da Silva.

Contudo, a chegada da pandemia fez o casal “repensar o projeto”, e apostar nos workshops, que têm corrido bem, informa Nuno. Quem quiser começar, pode optar por um dos dois workshops de técnicas básicas – um de rolinho e outro de lastra -, e prosseguir para um dos dois de decoração. A ideia é “preparar as pessoas para serem autónomas” e quando chegarem a esse ponto, “podem usar o estúdio como um ginásio”, ou seja, pagando uma mensalidade ou por períodos de tempo avulsos.

O casal pretende também que os participantes aproveitem os workshops para criar relações com outros ceramistas, convidando artistas como Teresa Branco para os orientar. Também acontecem ateliers de olaria, embora com menos frequência. Os workshops personalizados também são uma hipótese para quem quiser levar um amigo ou familiar, ou mesmo para crianças.

Brands for Good

O coletivo feminino que apela ao bem ambiental

Cinco marcas nacionais de vestuário, calçado e acessórios juntaram-se e fizeram nascer a Brands For Good, uma loja onde todo o recheio foi criado com um propósito de comércio honesto.

Brands For Good, em português, “marcas pelo bem” é um coletivo de seis mulheres, à frente de cinco marcas, que trabalham em prol de vários “bens” – o bem ambiental, o social e o económico. Em comum têm a produção nacional, o apelo ao consumo consciente e o uso de matérias-primas amigas do planeta. O trabalho da B Simple, Elleonor, Maria Maleta, Mariis e Zouri pode ser apreciado, desde outubro, no Centro Comercial Bombarda, onde as mentoras se vão revesando no atendimento ao cliente, a cada dia da semana.

Peças de roupa confortáveis e de tons terrosos são a proposta da B Simple, e a Mariis apresenta uma coleção de roupa feita à mão, em fibras naturais, das quais se destaca o linho. A designer portuense ELLEONOR cria roupa e acessórios sob a filosofia do upcycling, dando novo propósito a materiais em fim de vida, e a Zouri especializa-se em calçado concebido a partir de lixo plástico marinho, algodão bio, cânhamo, e materiais inovadores, como a Piñatex, feito a partir de folhas de ananás, e uma pele vegana à base de casca de maçã. A oferta da Maria Maleta abrange carteiras e mochilas versáteis, e de estilo intemporal, sobretudo em pele, mas não só, que podem ser usadas de duas ou mais maneiras.

Loja

Design minimalista e português

Tudo o que é design cabe na Loja, de Susana Beirão, sejam artigos novos ou vintage, desde que sejam sustentáveis e se enquadrem no espaço.

O nome Loja reflete o conceito aberto deste espaço, onde se encontra mobiliário, peças de decoração, artigos utilitários, material estacionário, publicações e roupa em segunda mão. Susana Beirão é a mentora desta loja onde se celebra o design, minimalista e sustentável, vintage e contemporâneo, e, acima de tudo “honesto”, justificando que “não há grandes camadas de simbolismo” nas peças.

A preencher a casa há muita produção nacional, como os cabides de carvalho, os trava-livros, os carimbos, o aparador em carvalho pensado para guardar vinis – tudo de produção própria -, as cerâmicas, a joalharia, as publicações Nevoazul e Merge e os cadernos vintage.
Há exceções, como algumas peças de mobiliário, como as cadeiras em madeira com apoio, de 1970 que vieram da Universidade de Bolonha, o aparador mid-century inglês, e sofá Monza da dinamarquesa Eilersen.

Na Loja encontram-se ainda peças descontextualizadas, como os isoladores elétricos em cerâmica, que podem ser usados como vaso ou suporte para escovas de dentes, e objetos vintage, como os cadernos e os copos Tupperware.

Sir Tile

Levar Portugal nas meias

As meias da Sir Tile são uma homenagem aos coloridos azulejos portugueses, e resultam igualmente bem como acessório de moda, e como lembrança de uma passagem pelo país.

A Sir Tile, com loja-showroom aberta desde janeiro, na Rua de Miguel Bombarda, resultou de um “acumular de ideias”, explica João Portas. Se, por um lado, João e a mulher, Paula Cortez, já nutriam um gosto especial por azulejos, fotografando-os amiúde, por outro, sentiam não encontrar facilmente “gifts” portugueses “com identidade”.

Quando perceberam que “havia um património riquíssimo, com uma variedade infindável”, no que toca à azulejaria, trataram de passar esses padrões para meias. No processo, ajudou o know-how adquirido quando ambos trabalharam numa fábrica de produção de, precisamente, meias.

A Sir Tile surgiu em 2018, e no início do ano, o casal abriu o showroom no Quarteirão das Artes. Por lá, encontram-se as meias com os sete padrões existentes, baseados em azulejos encontrados pelo Porto, Braga, Guimarães, Coimbra e Lisboa, e em dois tamanhos sem género (36-40 e 41-45). Resistentes e suaves, todos os pares são fabricados em Braga, com fios muito finos de algodão italianos, essenciais para tricotar os intrincados padrões e para evitar o aparecimento de borboto. Até ao final do ano, está previsto o lançamento de novos modelos.

(Fotografia: Sir Tile)

 

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