Zagaia: Abriu uma nova marisqueira com um sushi bar

O chef Luís Barradas regressou às origens com todos os trunfos na manga e é no Zagaia que os dá a provar, tanto em forma de petiscos como de mariscadas tradicionais ou sushi diferente do habitual.

Todos os dias há peixe fresco na pedra do Zagaia, venha ele dos Açores, das lotas de Setúbal, Sesimbra e Peniche, ou das bancas do Mercado do Livramento, que o jornal USA Today elegeu um dos dez melhores mercados de peixe do mundo. As rotinas do chef Luís Barradas têm passado por ali desde que regressou à terra natal. O convite partiu de Sérgio Coelho, dono há seis anos da Taberna 490 (duas portas ao lado), que sentia falta de uma «boa marisqueira» na cidade, com ambiente sofisticado e tranquilo.

O Zagaia abriu em novembro, inspirado no nome de um utensílio de pesca e decorado pela mulher de Sérgio em tons laranja e azul com um enorme polvo na parede. Mais do que uma marisqueira tradicional, é um espaço que trabalha o produto da costa e da região «com o maior respeito possível e em várias vertentes»: asiática, contemporânea e portuguesa. O choco frito à setubalense (panado em farinha e sémola de milho e servido com arroz de limão), os nachos do mar (leia-se, peixe frito) com guacamole e o robalo braseado são alguns dos petiscos de assinatura. Os peixes e mariscos expostos na pedra podem comprar-se a peso e a ideia do chef é aproveitar a mesma matéria-prima para fazer um menu completo, com sabores portugueses e asiáticos, por exemplo.

Ao almoço, há dois menus a preço fixo (15,90 euros): o tradicional (couvert, entrada, prato, bebida e café) e o sushi (sopa, entrada, sashimi e combinado de sushi e bebida).

 

A ideia de juntar no mesmo espaço uma marisqueira e um sushi bar não é nova, mas tem ali todo o sentido de oportunidade. Coadjuvado pelo sushiman nepalês Robin Upadhyay, ninguém melhor do que Luís Barradas, certificado pela Old Japan Sushi Association (associação apoiada pelo estado japonês que certifica sushimen por todo o mundo), para fazer um nigiri de sardinha e de robalo. O robalo braseado (em sashimi) é uma «forma de as pessoas se habituarem ao peixe cru». «Somos um país atlântico e com dieta mediterrânica, por isso trabalho peixe daqui: salmonete, sardinha e carapau», explica.

As ostras do estuário do Sado que não têm valor comercial, por terem idades avançadas e tamanhos que fogem à norma, são também valorizadas, com o chef a desmontá-las por peças e a servi-las ao natural, ao jeito de sashimi.

No copo há vinhos da Península de Setúbal e de outras regiões do país. Já a «sobremesa», que nas marisqueiras é tradição passar pela carne, chega na forma de um prego do lombo no bolo do caco ou prego de atum em bolo lêvedo. Ou então, aspas fora, numa pêra bêbeda em moscatel com bolacha Piedade (fabricada na loja ao lado) e yuzu (citrino japonês). Mais uma vez, a terra e o mar a darem o que têm de melhor.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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