Vilamoura: O sabor do Algarve à mesa

A cozinha do Salmora, assente numa ideia de partilha, mais do que aberta é ao vivo e tudo se passa à frente do cliente. No bar, também há copos à medida.

Mais do que a música, chama a atenção a fachada em madeira do Salmora, mas não é único traço que o distingue da demais oferta em Vilamoura. Quando foi desafiado a assumir este projeto, Manel Perestrelo, natural de Lisboa, soube instintivamente que não iria fazer mais um restaurante de grelhados, embora ainda hoje se mostre algo avesso a arrumar a proposta do Salmora numa categoria específica: “Não é uma cozinha de produto, é uma cozinha internacional; não é um restaurante de tapas e petiscos, é um restaurante de partilha”.

Para entender a que se propõe o Salmora, facilita entender o modo como se organizou no espaço — estamos a falar de uma área de 300 metros quadrados, com assinatura do arquiteto Vasco Vieira, que comporta ambientes diferentes como duas esplanadas (uma na frente e outra nas traseiras), um jardim de inverno e duas ilhas, no centro da sala, onde ficam, costas com costas, a cozinha aberta e o bar.

Como explica Manel, o conceito de cozinha aberta foi aqui levado ao pé da letra, pois não só está tudo à vista (permitindo uma interação constante), como existem ecrãs tácteis para ir acompanhando tudo o que se passa; já no bar, chefiado por Bruno Rocha, há a preocupação de entender o perfil (e o gosto) de quem está do outro lado do balcão para preparar bebidas personalizadas, mas há pelo menos oito cocktails da casa (como o Bush ou o Vine Flower).

Voltando à cozinha, de onde saem pratos como as ostras ao natural ou marinadas (provenientes da Ria Formosa), as puntillitas com maionese de alho e limão ou a muxama de atum com azeite trufado e orégãos frescos entre tártaros, bifes, açordas, risotos, saladas, carpaccios e hambúrgueres, ela assenta muito na oferta de peixe e marisco fresco de Cristóvão Coelho, de Faro, mas Perestrelo, com a ajuda do gerente Luís Caliço, tem investido o último ano na criação de uma rede fiável de fornecedores locais.

Quem visitar o Salmora nos meses de verão vai encontrá-lo com frequência à noite — em que chegam a servir cerca de 200 refeições ao jantar —, ainda que o seu papel seja cada vez mais o de um consultor, ficando o dia a dia entregue a Diogo Simões. O percurso de Perestrelo não é, aliás, um dado aleatório nesta equação: começou por estudar gestão na Católica, mas a paixão pelo métier falou mais alto. Rumou a Barcelona, onde estudou na Escola de Cocina Hofmann, e depois a Londres, onde estagiou na cozinha-laboratório do britânico Heston Blumenthal.

De regresso a Lisboa, trabalhou no catering e no Café Lisboa de Avillez, mas é no atual grupo que procura a sua oportunidade de ouro para fazer nome no meio. Para já, o Salmora é um ensaio geral para um outro restaurante, ainda sem data de abertura, no Príncipe Real.

 

Salmora-Live Kitchen & Bar
Rua do Clube Náutico, edificio Vila Lusa, Bloco 2B Loja 5, Vilamoura,
Tel.: 289315154
Web: salmora.pt
Horário: Todos os dias, das 12.00 às 02.00
Preço médio: 25 euros




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