São vizinhas da estação de Santa Apolónia, mas a viagem à gastronomia mundial das manas Maria João e Filipa faz-se pelos tachos, e não por caminhos-de-ferro. E isso explica porque este novo bistrô lisboeta foi batizado de As Ladras. Não só pela proximidade à Feira da Ladra como pelo ‘roubo’ de influências a cozinhas de vários países.
A inspiração geográfica é diversa mas os pratos tem três elementos em comum: a simplicidade, a apresentação cuidada e a sazonalidade, com a aposta em produtos de época. Isso vê-se, por exemplo, no ceviche e no sashimi do dia. O peixe tanto pode ser carapau como cavala ou dourada.
Para além do Japão e Peru, nas Ladras viaja-se também pelas origens francesas do tártaro e pela Índia a reboque do caril de frango, um dos pratos-chave do restaurante, rico em especiarias e sabores equilibrados. Ou por Itália, com o vegetariano pesto de beterraba. A portugalidade também está representada, em pratos como salada de polvo, bife do pojadouro ou um clássico prego no pão.
Para além de proprietárias, Filipa agarra-se aos tachos e Maria João confeciona os doces. A primeira, de 30 anos, era administrativa e sempre foi apaixonada pela cozinha. A segunda, de 27, largou o trabalho na área do restauro e construção. «Não nos quisemos prender a uma cultura. E como gostamos de tudo um pouco…», frisa a irmã mais nova.
Neste novo bistrô, com zona de mesas e de balcão, não existe carta fixa, porque os pratos entram e saem de cena todas as semanas. A rotatividade aplica-se, também, aos cocktails. Entre estes está o Amêndoa Amarga, que leva também sumo de lima e clara de ovo. Ou o Lourignac, que é uma autêntica viagem de comboio até à Lourinhã, através do seu conhaque.
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