Veio um dia para jantar, acompanhada da sua habitual entourage, não disse muito mas ficou com o mais novo hotel-palácio da capital portuguesa debaixo de olho.
Pudera. Instalado num palacete oitocentista, hoje propriedade de Kees Eijrond e Naushad Kanji que aqui investiram mais de uma década em contendas legais e cerca de 18 milhões de euros, o hotel de charme possui apenas 19 quartos (e duas suítes de truz vendidas a três mil euros a noite) e outros tantos detalhes para impressionar qualquer um. Até Madonna.
A estrela pop, notícia todos os dias desde que decidiu dar um tempo em Portugal, chegou a fazer duas ofertas para ter o imóvel praticamente por sua conta, mas não houve acordo.
Sorte a nossa, pois assim, mesmo que não estejamos hospedados, podemos subir até ao seu último andar não só para apreciar a única vista de Lisboa a 360 graus — foi o turismo de Lisboa quem o afirmou —, mas também para saborear a proposta de fine dining em pequenas porções (a ideia é partilhar) do gastrobar Suba.
A cargo do chef Bruno de Carvalho, o Suba vai merecer-me em breve um artigo e um post mais extensos, mas, para já, fica o aviso de amigo: há na carta uma sobremesa, de seu nome Floresta, que compensa qualquer eventual desgosto por não podermos gritar em plenos pulmões “A Madonna é da Madragoa!” nas próximas marchas populares.
E o que torna tão especial esta composição? O facto de levar, e de saber a, chocolate fumado. E não só. Na obra vai ainda brownie de chocolate com compota de kumqat (quincã), crocante de chocolate e as folhas verdes são uma mistura desidratada de coentros e hortelã.
Perdeste, Madonna.