Uma refeição em harmonia com a natureza, em Fafe

O Piovácora, parque de pesca em Várzea Cova. (Fotografia de Miguel Pereira/Global Imagens)
Num vale preenchido por uma enorme mancha de carvalhos, em Fafe, esconde-se o Piovácora. Começou por ser um parque de pesca com um viveiro de trutas, tornou-se num lugar onde se pode comer uma boa refeição e apreciar a harmonia genuína entre o Homem e a natureza.

Num tempo em que as empresas se esforçam por ser sustentáveis, nem todas conseguem conciliar essa ambição com o sucesso comercial. O Piovácora é o exemplo de um negócio bem-sucedido, em equilíbrio com o meio. Sacrificou-se o supérfluo, para salvaguardar o luxo que é a paisagem. O edifício foi construído com materiais encontrados ali, pedra e madeira de carvalho a que o proprietário, Carlos Gonçalves, acrescentou materiais provenientes da demolição de outros espaços. O resultado é uma colagem, aconchegante, de janelas de madeira brancas, com portas castanhas, antigos postes telefónicos a servir de vigas e paredes em granito.

No inverno, há duas salamandras a emitir calor que embacia as enormes portas de vidro de correr, nessa altura é bom ver a chuva a cair nos lagos. No verão, as portas abrem-se e todo o espaço é uma enorme esplanada, refrescada pelo ribeiro que corre próximo. O terreno é isolado e desligado da rede, por isso, a eletricidade é produzida numa mini hidroelétrica montada por Carlos, com a ajuda dos filhos e de um cliente.

Pescar ou contemplar

Quando o projeto arrancou, em 2011, o conceito era cada um pescar a sua truta e entregá-la para ser cozinhada. Para quem gostar, o sistema ainda funciona, entretanto, o Piovácora evoluiu de forma a satisfazer quem os procurava pela beleza do lugar, mas que não queria pescar. Os peixes do viveiro, contudo, continuam a ocupar um lugar central. Quem se senta para comer, é brindado com truta pequena frita (dica, é para comer com espinha) e patê de truta fumada. Há mais petiscos, todos bons, mas estes fazem a diferença.

Como não podia deixar de ser, a truta é fumada numa estufa feita por Carlos, aproveitando o fumo das salamandras que queimam lenha de carvalho, proveniente da gestão da enorme mata que rodeia o viveiro. Uma truta escalada assada (para duas pessoas) é o ex-líbris da casa. Quem não apreciar o peixe, pode optar por uma chanfana de javali, caçado na propriedade, ou por uma vitela à moda de Fafe, criada nos pastos ali à volta.

Para explorar tudo o que o lugar tem para oferecer, o melhor é chegar com tempo. Quem gostar de caminhar pode optar por fazer os 12 quilómetros da Rota dos Espigueiros, antes do almoço. O Piovácora também tem a sua própria rota, um circuito mais curto, bom para fazer com crianças. Depois da refeição, antes de voltar à estrada, mesmo para quem não quer tentar a sorte com a cana de pesca, as esteiras e as camas de rede convidam a preguiçar nas sombras junto aos lagos.

(Fotografia de Miguel Pereira/GI)

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