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Três restaurantes com comida de conforto em Melgaço e Arcos de Valdevez

A posta de carne de cachena com arroz de feijão tarrestre é uma das especialidades d'O Cantinho do Abade. (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

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# A Floresta | Uma casa de família dedicada ao sabor local

Vai na terceira geração este restaurante no centro da vila dos Arcos de Valdevez, com António Júlio Barros e o filho Francisco ao leme do espaço que começou por ser, há 50 anos, o negócio dos pais. Chamava-se Pensão Floresta e juntava o alojamento de forasteiros ou trabalhadores deslocados ao serviço de taberna, no piso inferior. António Júlio recorda-se bem desse tempo, com os pipos e os petiscos populares ao balcão, pois viveu nele até aos 11 anos. Nessa idade, uma viagem de visita a uma tia emigrada nos Estados Unidos terminou com o pequeno a ficar por lá.

 

“Voltei aos 21 anos porque a minha mãe me disse para vir tomar conta disto”, recorda. E voltou com uma visão diferente da restauração, onde trabalhara. Aos poucos, transformou o A Floresta num espaço amplo e mais contemporâneo, mas onde todos continuam a ter lugar – com o serviço a incluir as diárias e um serviço à carta mais sofisticado, assente nos sabores regionais. Da carta, destaca-se a posta de cachena, mas são regulares também o cabrito, o bacalhau e o polvo. Os pratos são “feitos sempre que possível com produtos locais”, sublinha António Júlio. Na cozinha e no serviço de sala, comprova-se o caráter familiar deste Floresta com meio século: “Temos pessoas de várias gerações da mesma família aqui a trabalhar, algumas com 30 anos de casa”, refere.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

# O Cantinho do Abade | Mesa de consolo com paisagem

O Cantinho do Abade, na aldeia de Sistelo, reabriu na semana passada depois do período de encerramento em virtude da pandemia, com uma novidade na carta: espetadas à moda da casa, com carne cachena e chouriça caseira. Um petisco a dar as boas-vindas ao tempo quente, na esplanada com vista abrangente para aquele recanto do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Além da nova espetada, a carta mantém-se fiel aos sabores de sempre, para gáudio dos clientes habituais e dos visitantes da aldeia dos socalcos verdes: a posta de carne de cachena com arroz de feijão tarrestre, bife à Abade, escalope à viscondesa e bacalhau de Lavradas.

O Cantinho do Abade (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

 

Mantém-se a afamada chouriça à Abade nas entradas e, nas sobremesas, a tarte de Sistelo, com amêndoa, maçã e canela, os charutos do Abade (um doce à base e ovos) e ainda o pastel de feijão tarrestre. Na cozinha e na sala, labuta uma equipa familiar: os proprietários Rosa e o marido Henrique Branco (cozinheiro), o seu irmão José e a cunhada Ana Rodrigues,

O restaurante chama-se assim por estar instalado na antiga adega daresidência paroquial da freguesia, cedida pelo pároco para instalar um restaurante que pudesse servir os visitantes da aldeia conhecida como o “Tibete português”.

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# Miradouro do Castelo | A Peneda no prato

O restaurante mais antigo da vila de Castro Laboreiro está prestes a inaugurar novidades: uma sala panorâmica, virada ao altaneiro castelo, e uma garrafeira temática dedicada ao alvarinho. As obras começaram durante o encerramento devido à pandemia e, mesmo estando na fase final, já se pode almoçar e jantar as especialidades desta casa aberta há 30 anos: cabrito assado no forno e bacalhau com broa.

O Miradouro do Castelo nasceu da vontade do casal Maria dos Prazeres e António. Conheceram-se em Andorra, onde viveram durante 15 anos a trabalhar na hotelaria. “Um dia viemos de férias e, disse o meu marido, ‘aqui é que estava um bom sítio para um restaurante’”, conta Maria.

 

E assim foi, com o filho Paulo a assegurar, no presente, não só a continuidade do negócio familiar, mas também a inovar e diversificar – criou há dez anos uma empresa de viagens e animação turística, a Montes de Laboreiro. Conta já com quase 30 alojamentos no Parque Nacional, assim como propostas de atividades ligadas à vida local.

Algumas delas passam pela dinamização turística de atividades quotidianas, como a agricultura, o que permite um rendimento extra a produtores – muitos deles, fornecedores do Miradouro, onde de assam cerca de mil cabritos de montanha por ano. No restaurante, sublinha Paulo, estão a implementar um conceito de economia circular. Com duas licenciaturas, em Marketing e em Turismo, e 41 anos de idade, Paulo escolheu ficar na sua terra que tantos emigrantes gerou.

“É muito gratificante fazermos aquilo que gostamos na terra em que nascemos”. No caso dele, implica não só gerir empresas, como passar várias horas a servir à mesa, num bulício sem fim de travessas tentadoras com cabrito e bacalhau, borrego ou naco de cachena, com o horizonte da serra da Peneda pela frente.

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