O mar, as viagens e a cozinha tradicional dialogam com fluidez ao longo dos dez momentos gastronómicos que compõem o novo menu Identidade, a proposta de degustação para a temporada de inverno do restaurante Vinha, liderado pelo chef Henrique Sá Pessoa, no Vinha Boutique Hotel, em Gaia.
“Este menu reflete o que é o hotel, muito inspirado em viagens e nos Descobrimentos. Mas também queremos que seja associado àquilo que é o nosso território, e sendo que eu tenho uma pegada muito grande na cozinha tradicional portuguesa tentamos também incorporá-la neste menu. Daí o nome Identidade, porque tentamos criar uma coisa muito nossa”, explica o chef.
Um delicado tártaro de sapateira com vieira, coberto por uma fina película de gelatina de tomate, caviar e um caldo de citrinos, é uma das primeiras paragens neste roteiro gastronómico, seguida pela cabeça de xara, servida numa katsu sando japonesa.
Dos pratos com influência do Mundo destaca-se ainda o carabineiro do Algarve, com pickle de batata doce, pérolas de tapioca e leite de côco e emulsão de caril, que antecede um momento de tradição, onde brilha uma saborosa caldeirada de peixe e marisco – o mar na boca.
“Estou muito feliz com este menu porque toca em todas as coisas que eu acho que são entusiasmantes quando estamos a fazer um menu de degustação. É muito focado em peixe e marisco, que é a minha assinatura, muito focado no sabor e também um bocadinho clássico. E acima de tudo oferece essa tal identidade, é um menu que só se pode comer aqui”, reforça Henrique Sá Pessoa. E é também “o melhor” que o Vinha já apresentou, fruto da evolução da oferta de fine-dining do restaurante. “A abertura do Terroir – o segundo restaurante do hotel – permitiu dar esse salto aqui no Vinha e torná-lo mais gastronómico, criar um restaurante que prima pela excelência, pelo serviço e obviamente pela cozinha. E todos nós como equipa sentimos essa evolução, sentimos que estamos cada vez mais refinados, e que ano após ano a nossa oferta é cada vez mais consistente”.
É a consistência que faz chegar à pré-sobremesa de humor inabalado, e até reforçado pela surpreendente parelha de melão e salsa brava, a rematar com frescura uma refeição longa, mas não maçadora. “Hoje em dia, num menu de degustação tento-me focar também na leveza da refeição em si, porque há sempre aquela ideia de no inverno os menus serem mais pesados do que no verão e eu não gosto dessa palavra”, diz o chef. “Gosto sempre que a pessoa saia da refeição leve e bem-disposta”, com vontade de voltar.
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