Toca-se à campainha do número 16 do Largo da Trindade e a porta abre-se em segundos. No final da escadaria branca está a entrada do The Art Gate. Este novo projeto junta um hotel, uma galeria de arte com curadoria de Leonor Carrilho e Joana Valsassina, um lounge o restaurante The Museum, do ONA, criado por um chef francês em 2019. Na cozinha, brilham os chefs Micael Duarte (ex-Prado e Taberna do Mercado), Iñaki Bolumburu (ex-Nerua e Noma), Mariana Schmidt (ex-Laisai e Mugaritz) e Edgar Bettencourt (ex-Feitoria), liderados pela sommelier Patrícia Pombo.
A ação desenrola-se ao som de música dos anos 1980 e sente-se por inteiro na mesa do chef, de apenas seis lugares. Dando corpo à premissa de só utilizar produtos da região de Lisboa, os chefs inauguram o jantar de nove momentos com um trio de snacks surpreendentes: um de maçã, ginjinha e yuzo, outro de batata, porco e kombu (alga asiática) e por fim uma criação a lembrar o sabor à Bulhão Pato.
Nas entradas, chega uma delicada sopa de cogumelos com caldo de frango sobre a qual se tem de esmagar uma gema de ovo, misturando tudo. Depois, o “prato vegetal”: um creme de couve-flor com leite de amêndoa, couve kale, água de tomate fermentado e cobertura de amêndoa tostada. Já nos pratos principais, a proteína muda consoante a oferta de produtos frescos.
Fotografia: DR
Mas fica na memória o bacalhau da Noruega cozinhado em azeite, com fatias de pão artesanal da Gleba. Igualmente exímia é a carne de caça acompanhada com salada da época, esparregado e castanhas. Entre pratos, a sommelier vai abastecendo os copos com vinhos de produtores nacionais. O jantar termina com um suflê de mel, limão e pólen biológico e com um gelado de pão e vinho do Porto, com uma bolacha de especiarias.
Quando se justifica, esta experiência é servida noutra sala, com uma mesa redonda para 12 pessoas. A harmonização de bebidas (vinhos, cocktails, sumos ou infusões) é à parte e tem curadoria da sommelier e da bartender Constança Cordeiro (Toca da Raposa). O restaurante só vai funcionar até dia 12 de março. É um conceito temporário, criado pelo francês Luca Pronzato (com passagem pelo Noma), e que já o ano passado esteve na Costa da Caparica, depois de passar pela Suíça e França.
