Na Taberna da Milinha, petiscar é a palavra de ordem

Petiscos casados com vinhos e o ambiente acolhedor de uma sala em ponto pequeno. Em quatro anos de vida, a Taberna da Milinha provou ser uma ideia maior do que os seus trinta lugares. Está em vias de se crescer, mas sem perder de vista o espírito de taberna.

No princípio, está o vinho. E os petiscos. Aliás, uns e outros, em união, é esse o propósito da dupla Diogo Pereira/Sónia Rebelo, marido e mulher. Ele na cozinha, ela na sala e a trabalhar a ligação entre o copo e o prato. A Sónia, servem-lhe de bagagem os anos passados a trabalhar em viticultura e enologia, em casas de renome como Filipa Pato e Ribeiro Santo, bem como o curso de agronomia. Diogo, por seu turno, estudou em Santarém e fez as suas provas de fogo na Feira Nacional da Gastronomia, pelo que não é de estranhar vê-lo entusiasmado com a perspetiva de mudar a Taberna da Milinha para uma sala maior. Mas foquemo-nos no presente.

A Taberna da Milinha está ali, à beira da Porta do Soar, há quatro anos. Pouco mais de meia dúzia de mesas, toalha de pano xadrez sobre cada uma delas, e sobre cada toalha uma tacinha de piripiri. Um sinal, se quisermos, de que aqui se vem para petiscar. Na lista, há 24 pitéus, a rondar os clássicos de taberna – queijos e enchidos, pataniscas de bacalhau e de polvo, pica-pau, moelas – com um olho em «novos clássicos» como os ovos mexidos com farinheira e os cogumelos salteados. E algumas adições de Diogo: cogumelos gratinados com queijo Serra da Estrela, pataniscas de shiitake, camarão com lima e coentros. E há sempre, como boa taberna que se preze, saladas frias, de polvo e de bacalhau, para que seja sentar e começar logo a entreter o estômago, enquanto se espera pelos quentes. Marcam também presença alguns pratos de substância, servem de exemplo o arroz de vinha d’alhos e a cataplana de peixe e marisco (por encomenda).

A lista de petiscos muda com a estação, verão ou inverno, e os vinhos seguem o mesmo caminho. Linhas gerais, brancos e frescos para o calor, tintos e encorpados para o frio. «Não é só Dão, mas puxamos à região», explica Sónia. As referências procuram fugir ao óbvio, privilegiar os pequenos produtores locais. E ocasionalmente acontecem «jantares-conversas vínicas», com a presença do produtor ou enólogo.
Em julho, se tudo correr como previsto, a Taberna da Milinha já não estará aqui. Neste sítio, entenda-se: Diogo e Sónia andam de olho num sítio com o dobro do espaço, 50 metros rua acima, até para fazer face à quantidade de clientes que recusam pelas limitações de espaço. O espírito acolhedor, esse é para manter.

 

Atualização [22/08/2017]. Este texto foi originalmente publicado na edição impressa de 5 de maio de 2017. Em agosto, a Taberna da Milinha saiu do centro histórico de Viseu, para a Rua Poeta António José Pereira, Lote 53 (perto da Rotunda de Nelas). A informação na ficha de contactos foi atualizada.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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