No Tapisco há petiscos ibéricos da autoria de Henrique Sá Pessoa

De Espanha, nem bom vento nem bom casamento, mas no Tapisco, o mais recente projeto de Henrique Sá Pessoa, celebra-se a cozinha informal da Península Ibérica como prato forte.

Passado pouco mais de um mês sobre a data da sua abertura — a 27 de fevereiro —, o Tapisco caiu no goto popular. Para isso contribuiu, e muito, a localização certeira no Príncipe Real, onde ocupou o espaço da antiga Padaria Taboense, e o nome de Henrique Sá Pessoa, sobejamente conhecido do grande público. Só não explica tudo.

Passada a curiosidade inicial, que garantiu casa cheia desde a primeira hora, a rotação entre as mesas e o balcão continua a fazer-se a bom ritmo, seja porque o Tapisco enche o olho — apesar de pequeno, com um misto de “barra” à espanhola e de assentos corridos à diner americano, ele possui elementos bem portugueses como os azulejos, os tampos em mármore e a pedra lioz —, seja porque acepipes como a esqueixada de bacalao (um prato frio) se tornaram entretanto virais nas redes sociais.

O conceito e a ementa, que alterna petiscos como o choco frito, as saladas de polvo e ovas ou amêijoas à Bulhão Pato com tapas como as patatas bravas, as croquetas de jamón ibérico ou os huevos rotos, estavam pensados há muito, garante-nos Sá Pessoa, que fez questão de dar o seu toque pessoal a cada uma das propostas. Nelas, convém acrescentar, incluem-se ainda comida de tacho (paella, açorda, estufado de lentilhas e até ovos com ervilhas), carnes, peixes e legumes nas brasas e, como não, uma lista enxuta de sobremesas em que revisitamos clássicos, de cá e lá, como a mousse de chocolate, o toucinho do céu, a crema catalana ou o Turrón de Alicante.

Cozinha simples, sem praticamente artifícios, capaz de agradar a um leque muito variado de pessoas — é muito provavelmente este o segredo do sucesso instantâneo, que acaba por funcionar como um estímulo para, aos poucos, levar cada vez mais pessoas a aventurarem-se no vermute, um aperitivo instituído no país vizinho mas nem tanto entre nós. Quem disse que de Espanha não vem bom casamento?

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