O rés-do-chão do número 49 da rua do Anjo, no coração da cidade, ganhou nova vida quando Gonçalo Neto e António Oliveira decidiram abrir ali a sua “taberna de comida moderna”. Juntaram-se aos amigos Alexandre Cristóvam e João Silva, proprietários do bar Juno, instalado no primeiro andar do edifício, e reabilitaram todo o piso térreo, que estava devoluto. Durante esse processo, puseram a descoberto o tabique da parede de uma das salas e foi daí que surgiu o nome do restaurante.
O Tabique abriu portas há pouco mais de um ano, sob o lema da partilha à mesa. “Acho mais interessante fazer uma refeição com quatro ou cinco pratos diferentes do que só com um”, justifica Gonçalo.
É uma cozinha contemporânea, que dá espaço tanto aos clássicos da gastronomia portuguesa como a influências do mundo – em especial da cozinha asiática -, como é exemplo a salada tailandesa de vaca, o cachaço de porco preto com pico de gallo e abacaxi fermentado, ou a beringela grelhada com miso e trigo sarraceno, um dos vários pratos vegetarianos da carta.
A ementa de verão contempla estas novidades mais frescas, mas mantém ainda alguns dos pratos favoritos das cartas anteriores, como o filete de robalo com arroz caldoso de amêijoas e a deliciosa mousse de chocolate 85% de cacau com laranja, azeite e flor de sal.
Em cada uma das salas do restaurante experienciam-se ambientes distintos. Logo à entrada domina um ar austero, com o tabique a descoberto e cadeiras antigas do Theatro Circo a fazer de lugar à mesa. Nas traseiras abre-se uma sala mais luminosa e salpicada de plantas, uma espécie de prelúdio para o pátio ajardinado a que dá acesso. O jardim tem ainda umas escadas de ligação ao Juno, no primeiro piso, que deixam a promessa de continuação da noite com boa música, quando o bar voltar a abrir portas.
Pratos novos todos os dias
Durante a semana, ao almoço há sempre dois pratos do dia à escolha – a ementa semanal é partilhada nas redes sociais do restaurante -, o que dá liberdade ao chef para “fazer coisas novas e diferentes”, afiança Gonçalo.