Sopa de tomate com francesinha e uma pipa para sobremesa: eis a nova carta do Dona Maria, em Gaia

Lírio dos Açores, na nova carta do restaurante Dona Maria, no The Lodge Hotel, em Vila Nova de Gaia. (Fotografia DR)
Da sopa de tomate com francesinha às sopas de vinho servidas em barricas, na nova carta do Dona Maria, os produtos da época trabalham-se com criatividade, numa cozinha de autor de raiz tradicional.

Jasmim, lavanda, sardinheira e flor de laranjeira são os aromas de um jardim que chega à mesa em forma de mousses perfumadas com água de rosas e “suspiros de Verão”. Este tributo à primavera, com um piscar de olhos aos meses mais quentes que se avizinham, é uma das novas sobremesas do restaurante Dona Maria, inserido no The Lodge Hotel, na marginal de Vila Nova de Gaia.

Aromas de Primavera com suspiros de Verão (Fotografia DR)

 

A carta renovada tem assinatura do chef João Vieira, que mantém as raízes na cozinha tradicional, mas entrega a frescura e a leveza que pede a estação, em pratos típicos, trabalhados com criatividade, e que fazem uso dos produtos da época. “Quis trazer uma cozinha de conforto e memórias, um pouco da cozinha que as nossas avós faziam, mas com o nível de apresentação adequado ao espaço”, diz o chef, reforçando a homenagem original do restaurante a todas as “Donas Marias” do país, as avós cozinheiras de mão-cheia que proporcionam as mais belas recordações gastronómicas às suas famílias.

 

Nas suas reinterpretações, o chef não poupou na originalidade, ou não quisesse ser ele próprio um criador de memórias a quem se senta à mesa do Dona Maria. Surpreende desde logo com uma sopa cremosa de tomate coração de boi assado, onde se encontra mergulhada uma mini francesinha. Ou já nos pratos principais, onde se destacam o arroz malandrinho de tamboril e gambas; o lombo de bacalhau confitado em azeite, com crosta de broa de milho, e regado com caldo verde; e uma versão da típica pescada à Poveira. Nas carnes, sobressai o coelho à caçador albardo com couve e nozes, servido com arroz de miúdos e vinho tinto; e o lombo de porco preto corado com vieiras e esparregado de nabiças. “Ter que estar sempre a criar, é isso que me motiva na cozinha”, confessa o chef.

Sopa de tomate e francesinha (Fotografia DR)

 

Barrica de touriga nacional (Fotografia DR)

 

As sobremesas não fogem à regra, como se confere pela engenhosa homenagem à Touriga Nacional, criada em conjunto com a chef pasteleira Ana José Lamela, e que pôs toda a equipa da cozinha a construir pequenas barricas, onde é servida uma recriação das sopas de vinho (ou sopas de cavalo cansado). A estrutura inspirou-se também na escadaria central do hotel, que é abraçada por uma gigantesca pipa desconstruída. No topo, frutas vermelhas e bolo de milho ensopados numa redução de vinho com especiarias, que realça as notas mais predominantes da casta: ameixa e cassis, evocam o Douro vinhateiro, em linha com a inspiração vínica do hotel. O tema transparece ainda numa extensa e cuidada carta de vinhos, e na decoração da sala, que se estende para o exterior com uma agradável esplanada sobranceira ao Douro, e vista para a cidade do Porto.

Dona Maria (Fotografia DR)

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