São Miguel: Duas histórias de amor pela ilha

O Louvre Michaelense transformou-se num bistro pelas mãos de um casal que se apaixonou por São Miguel. (Fotografia: Adelino Meireles/GI)
Tatiana e Maxime, Caroline e Ali são a prova de que São Miguel tem o poder de nos deixar arrebatados e com vontade de regressar. Alguns até acabam por ficar e criam novos tesouros na ilha.

# Um bistro europeu
O Louvre Michaelense é já um clássico: antiga loja de chapéus e tecidos transformada em café, levou agora uma lufada de ar fresco sob a gerência de um casal que se apaixonou pela ilha.

Tatiana Pertegato e Maxime Le Van foram pela primeira vez a São Miguel em 2019, para casar. Ela italiana, ele francês, ambos a trabalhar em restauração no Dubai, aproveitaram a pandemia para mudar de vida e encontrar poiso num lugar “mais próximo da natureza”. Os Açores foram a escolha óbvia.

No final de 2020 o casal assumiu a gerência do Louvre Michaelense, uma antiga chapelaria centenária no centro de Ponta Delgada, transformada em café e mercearia fina há poucos anos, dando-lhe uma lufada de ar fresco.

 

Agora, a cozinha funciona durante todo o dia, com Maxime ao comando das operações. Há propostas de pequeno-almoço e brunch, como as panquecas, o abacate panado com molho chipotle ou o croque monsieur.

Ao almoço e ao jantar brilham pratos de cozinha moderna europeia, com foco nos produtos locais e “algum flair francês”, nota Tatiana. Uma surpreendente salada de couve-flor assada, polvo grelhado com chimichurri ou o “saltimbocca” de frango são algumas das especialidades, apaladadas e generosas.

Louvre Michaelense (Fotografia: Adelino Meireles/GI)

 

Diariamente há ainda pratos especiais, criados conforme o que houver no mercado, e às sextas e sábados há jantares temáticos, que convidam a embarcar numa viagem pela gastronomia de outro lugar do mundo. As novidades estendem-se ainda a uma nova carta de cocktails, a cargo de Tatiana, entre eles um gin tónico feito com o gin Baleia, outro projeto criado por um casal apaixonado pelos Açores.

O espaço funciona ainda como showroom de peças de artesanato de vários artistas locais e nacionais.

 


# Gin do mar dos Açores
Ali Bullock não esconde o seu apreço por um bom Gin & Tonic. Tanto é que começou a colecionar garrafas de gin. Hoje tem mais de 650, e dá a conhecê-las no seu The Gin Library.

Tudo começou em Hong Kong, onde Ali e a mulher Caroline viveram durante 12 anos. Os amigos que ocasal inglês convidava para um gin em sua casa, começaram a levar garrafas de outros países para complementar a pequena coleção de Ali, e quando trocaram a Ásia pelos Açores, trouxeram com eles mais de 300 gins.

The Gin Library (Fotografia: DR)

 

O casal visitou pela primeira vez São Miguel em 2006, em lua de mel, e regressaram em 2018 com a ideia de criar um um boutique hotel, o Solar Branco Eco Estate, focado na sustentabilidade, património e elegância, e que deverá abrir no próximo ano. Entretanto, Ali e Caroline dedicam-se à sua biblioteca de gins – The Gin Library – , que já cresceu para mais de 650 exemplares vindos de mais de 35 países, o que faz dela a maior coleção privada de gins da Europa.

 

O bar foi recentemente renovado para acomodar a crescente coleção de garrafas, alinhadas em prateleiras que revestem toda a sala. “Quem quer que venha e traga um gin que não temos na coleção tem direito a uma masterclass para duas pessoas”, avisa Ali. E esta é uma das razões pela qual a coleção não para de aumentar. Na masterclass, disponível através de marcação prévia, Ali fala um pouco sobre a história do gin, dá a conhecer produtores locais e ensina a preparar um “G&T perfeito”. Os visitantes são também encorajados a provar gins de outros países, podendo contar com a experiência de Ali para ajudar na escolha.

Em 2020, o confinamento incentivou-o a criar o seu próprio gin, e alguns meses depois nasceu o Baleia Gin, destilado ali mesmo, em São Miguel, a partir de uma mistura de zimbro e algas recolhidas de forma sustentável do mar ao redor da ilha, o que lhe dá um toque ligeiramente salgado. O rótulo exibe uma bonita ilustração da artista local Catarina Limão.

Baleia Gin (Fotografia: DR)

 

Em simultâneo ao lançamento do gin, o casal criou também a Fundação Ocean Azores, que pretende apoiar projetos focados na proteção das águas que rodeiam o arquipélago. Por cada garrafa de Baleia Gin vendida, Ali e Caroline doam um euro para apoiar projetos de conservação de baleias nos Açores.


Receber a Primavera no aconchego das Furnas, em São Miguel


Primavera em São Miguel: Entre campos verdes e arte contemporânea, na Ribeira Grande


Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend