Sabores do mar n’O Gaveto, uma casa de família em Matosinhos

O Gaveto, restaurante especializado em peixe e marisco, tem clientes de diferentes gerações. (Fotografia: Artur Machado/Global Imagens)
Mariscos e peixes são a base deste restaurante familiar criado, em 1984, em Matosinhos. Há três anos, o espaço foi remodelado, mas as memórias continuam lá - assim como Manuel Pinheiro, que pegou no negócio quase à nascença e o fez crescer.

O arroz de marisco chega à mesa num tacho e espoleta um comentário: “Cheira bem!”. Resposta pronta de quem o serve: “Cheira e sabe, minha senhora”. Outra coisa não seria de esperar d’ O Gaveto, uma casa de cozinha tradicional de referência, muito ancorada nos peixes e mariscos, e que arranca suspiros também com outros pratos, como a lampreia, na devida época. O restaurante abriu em 1984 e, nem seis meses depois, estava nas mãos de Manuel Pinheiro, que aos 74 anos continua a ir lá diariamente, e faz questão de cumprimentar os clientes.

O arroz de marisco.
(Fotografia: Artur Machado/Global Imagens)

José Manuel Silva, um dos filhos que dão continuidade ao negócio, recorda como o pai tomou conta d’ O Gaveto aproveitando a dica de uma peixeira do mercado a quem comprava matéria-prima para outro restaurante que tinha, então, no Porto: o Ribeiro. Os descendentes dela ainda são os principais fornecedores de peixe da casa, cujo crescimento tem sido acompanhado também pela clientela, de diferentes gerações. Também a cozinha continua entregue a Humberto Alonso desde o princípio.

Consistência é palavra-chave ali, no prato como no serviço, sem perder de vista a qualidade dos produtos, defende José, apontando um lavagante que se destaca pelo tamanho, num dos aquários com marisco vivo: tem musgo na carapaça, é bicho para pesar cinco quilos e somar 50 anos de existência, estima. O arroz de lavagante constitui, justamente, um dos pratos de eleição, mas não faltam opções no que respeita aos sabores do mar: do arroz de marisco ao misto de marisco, composto por lavagante, camarão gigante selvagem, sapateiras recheadas e percebes.

O lavagante com cerca de cinco quilos e musgo na carapaça.
(Fotografia: Artur Machado/Global Imagens)

O Gaveto foi remodelado há três anos, tendo conservado o balcão e os azulejos da sala principal, com mesas cuidadosamente afastadas, para respeitar a distância de segurança, e uma fotografia a preto e branco de uma cena de pesca, em Matosinhos, em que são visíveis os navios ainda a vapor. “Queríamos criar um espaço moderno, mas com as memórias do passado”, explica José. Agora, no piso superior, há mais salas, destinadas a pequenos grupos ou eventos – uma delas com o nome de Manuel Pinheiro.

Pratos sazonais

O verão pede marisco, mas há razões para ir ali todo o ano. À época da lampreia segue-se a das caldeiradas, depois vêm as sardinhas, e assim sucessivamente.

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