Paulo Carvalho abriu o restaurante há pouco mais de um ano, apostado em fazer dele um espaço diferente dos outros. E há dois elementos que o distinguem desde logo, não duvida: o prego no pão com queijo da serra e a sandes de presunto com ovo estrelado.
Não que faltem opções no menu, que vai para a mesa numa garrafa, ocupando o lugar do rótulo, e disponibiliza desde moelas, rissóis, pataniscas e bolinhos de bacalhau até alheira com broa gratinada ou pastelão, uma espécie de omeleta com salsa, cebola, salpicão e presunto, que chega dentro de um pão.
«Nas aldeias de Amarante e na zona do Marão, os cabreiros usavam muito o pastelão no meio do pão para comer na serra», conta Paulo Carvalho, que quis pôr os «petiscos tradicionais mais antigos» em lugar de destaque. O espaço também serve caldo verde, tábuas, conservas em azeite e até arroz de cabidela, este último por encomenda. Pelos doces já não é preciso esperar – até está um bolo tradicional à vista mal se entra: o conventual.
Naquele espaço funcionou, antes, uma tasca dedicada ao presunto e ao salpicão. «A casa era do dono do Fumeiro S. Gonçalo», recorda Paulo. A Taberna conserva azulejos alusivos a esse passado, bem como a S. Gonçalo, padroeiro de Amarante, e ainda vende presunto, além de queijos, linguiça, alheiras ou mouras, que são chouriças feitas à base de sangue, explica Fernando Carvalho, irmão do mentor do projeto.
O fumeiro é de Amarante, como praticamente tudo ali, dos vinhos verdes à cerveja artesanal, denominada Gaius, passando pelo pão, que é «cozido na padaria em frente», prossegue Fernando, do lado de lá do balcão.
O restaurante, com esplanada, inclui na decoração objetos tão distintos como um ramo de loureiro, uma foice ou fotografias de clientes presas, com molas, em estendais. Tudo parece conjugar-se de forma natural, e é com naturalidade que Fernando lembra como tudo começou: «Amarante é uma terra de bom vinho»; faltavam os «bons petiscos» para acompanhar.
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