Rio de Prata: cozinha portuguesa contemporânea banhada pela luz do Tejo

Rio de Prata. (Fotografia de Rita Chantre/GI)
O jovem Bernardo Ventura e a chef Carla Sousa formam a dupla ao leme do Rio de Prata, em Marvila. À mesa levam pratos de cozinha portuguesa contemporânea, num espaço moderno onde a luz do rio Tejo é um dos protagonistas.

A luz do sol espelhada pelo Tejo irrompe pelas janelas do restaurante Rio de Prata, o primeiro aberto no complexo Prata Riverside Village, em Braço de Prata (Marvila). O nome assenta que nem uma luva a este lugar ribeirinho de herança industrial, que acabou por influenciar também a decoração pensada “de fora para dentro”, explica o proprietário Bernardo Ventura: microcimento e aço corten como o do pontão mesmo em frente, madeira e apontamentos verdes naturais. Conforto de aspeto minimalista.

Omnipresente, o aço corten tanto brilha no balcão da cozinha aberta como em anéis no teto, em diálogo ainda com a obra desenhada por Valentim Quaresma, em prata, simbolizando um rio. A parelha entre o empresário e a chef fluiu igualmente bem: enquanto o piloto de aviação comercial recém-formado se viu forçado a ficar em terra à conta da pandemia e quis aproveitar a vontade de aprender algo novo para trabalhar na área da restauração, Carla Sousa procurava um novo projeto.

(Fotografia de Rita Chantre/GI)

Formada em Cozinha e Pastelaria na Escola de Hotelaria e Cozinha da Pontinha e tendo liderado o restaurante Sítio, do Valverde Hotel, depois de passar por moradas como o Bairro Alto Hotel e o Darwin’s, a chef de 44 anos assume que foi “amor à primeira vista” com o Rio de Prata e as idealizações de Bernardo. É aqui que agora empenha toda a técnica e criatividade acumuladas, abordando a cozinha nacional de uma forma contemporânea, em linha com o figurino despretensioso do lugar.

A carta, desenvolvida a meias, tem várias opções para partilhar, como croquetes de alheira e espinafres com compota de pimentos, carpaccio de novilho e chamuças de pato com laranja caramelizada. Do mar a chef propõe, entre outros, atum braseado com xerém de berbigão e bacalhau com receitas que mudam semanalmente. “É uma proteína que adoro trabalhar porque é extremamente versátil”, justifica. O menu tem também carnes, pratos “do campo” e cortes de partilha como t-bone e tornedó.

(Fotografia de Rita Chantre/GI)

Filha de pais cabo-verdianos da ilha de Santiago e nascida em Lisboa, Carla Sousa reconhece que herdou deles a paixão pela cozinha. “A minha mãe cozinhava todos os dias, mas o meu pai apresentava sempre alguma refeição diferente”, elogia. Já a irmã, Ângela, acabou por herdar da mãe o lado doce da gastronomia, sendo dela as oito sobremesas do Rio de Prata. Mil-folhas de pistacho, tarte de queijo com telha de medronho e farófias com crocante de canela são algumas das doces sugestões.

A ementa do Rio de Prata inclui ainda pratos vegetarianos e menus pensados para grupos de amigos ou famílias. As recomendações líquidas, por sua vez, tanto saem da garrafeira como do bar, onde o chef de bar André Carvalho prepara cocktails de autor e clássicos com “twist”. Um deles, por exemplo, resulta da simples junção de vodka com frutos vermelhos e água tónica e é apenas uma sugestão para ficar no interior ou na esplanada a apreciar o movimento do sol sobre o espelho do Tejo.

(Fotografia de Rita Chantre/GI)

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