Nos últimos meses, quase um ano desde que recebi uma SMS do Diogo Noronha a anunciar a saída da Casa de Pasto e do Rio Maravilha para abraçar uma nova etapa, tenho acompanhado através das redes sociais os preparativos e os testes.
Sabia-se há muito a localização do restaurante — no Príncipe Real, em Lisboa (mais precisamente no número 27 da Rua da Escola Politécnica) —, que boa parte da sua equipa se mantinha e que, em parceria com a Multifood (a empresa de Rui Sanches também presente em projetos como o Alma ou a Sala de Corte), se preparava para voltar a uma cozinha mais autoral e conceptual, à semelhança do extinto Pedro e o Lobo, muito assente em produtos locais e sustentáveis — «um restaurante que pretende seguir um caminho de sustentabilidade para ir reduzindo, cada vez mais, a sua pegada ecológica», partilha mais adiante.
Dias atrás, ao jeito de um teaser para abrir o apetite, foi finalmente revelado o nome, Pesca, com direito a página de Facebook e vídeo produzido pelo Slow Studio (aqui). O restaurante, com abertura marcada para setembro, terá capacidade para cerca de 50 pessoas, entre sala e pátio coberto, cozinha aberta, bar à entrada e uma carta sazonal (primavera-verão e outono-inverno).
Já sabemos que se vai chamar Pesca e que terá o seu foco naquilo que nos chega do mar, mas como é que vais marcar a diferença em relação ao que já se faz por cá nesta matéria?
O restaurante vai ter um foco no mar com uma proposta gastronómica com um cunho pessoal e conceptual bastante amadurecidos. A experiência do restaurante está pensada como um todo, muito completa e com ligações muito pensadas e trabalhadas em conjunto com toda a minha equipa. Em termos de diferenciação queremos dar destaque ao peixe português, apontado por muitos, nomeadamente por Thomas Keller, com quem trabalhei no Per Se, em Nova Iorque, como o melhor peixe do mundo, o Pesca vai distinguir-se por um profundo respeito por este produto tão ligado à cultura gastronómica portuguesa. A inovação no conceito aparece sobretudo na escolha das técnicas que visam respeitar a delicadeza de cada um dos peixes selecionados. Outro dos fatores de diferenciação, e que alinha com a minha filosofia de vida, é que este será um restaurante que pretende seguir um caminho de sustentabilidade para ir reduzindo, cada vez mais, a sua pegada ecológica. Esta é uma questão que me preocupa sobremaneira. Posso adiantar, sem revelar mais, que não existe nenhum restaurante em Lisboa como o Pesca. Eu e toda a equipa estamos realmente muito entusiasmados!
O restaurante evoluiu naturalmente. Estamos a trabalhar neste projeto há tempo suficiente para podermos consolidar o conceito, ideias e afinar todos os pormenores. É sempre um desafio a abertura de um restaurante novo mas o resultado final, felizmente, ultrapassa largamente as minhas expectativas iniciais.
Enquanto não abre, podem sempre fazer como eu e seguir o que se passa aqui.
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