Restaurante Fialho: um valor seguro no centro histórico de Évora

Perna de cabrito no forno, um dos pratos da carta do Restaurante Fialho. em Évora. (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)
A consistência da oferta, desde o receituário tradicional ao serviço de sala atencioso, faz do Fialho, em Évora, um dos lugares seguros a que apetece sempre voltar.

Helena Fialho é um dos rostos da terceira geração deste negócio de família, criado por Manuel Fialho em 1945 numa travessa no centro histórico de Évora. “Sou a neta mais velha e o meu primo Rui é o neto mais novo, curiosamente, e ambos tirámos gestão hoteleira”, conta à “Evasões”. A hospitalidade corre nas veias da família há 77 anos, quando Manuel Fialho, reputado maître no Hotel Alentejano, decidiu criar uma casa de petiscos. Quando morreu, os três filhos Amor, Gabriel (pai de Helena) e Manuel deram seguimento ao negócio, que viria a revelar-se um êxito.

“O meu pai foi um autodidata. Gostava muito do que fazia, aprendeu a cozinhar com a mãe, procurava receitas e ingredientes novos e era um excelente comunicador. O meu tio Manuel partiu em 2020”, recorda. Ambos foram grandes impulsionadores da gastronomia tradicional alentejana, deixando um legado que hoje perdura e que um vasto palmarés de prémios e distinções não deixa esquecer. Ir ao Fialho é um “ritual para muitas famílias”, conta Helena. “Temos clientes que começaram a vir com os filhos e agora já vêm com os netos”. A equipa da casa é como uma família alargada.

As três salas mantêm o ambiente de uma casa alentejana, com pratos de olaria de São Pedro do Corval e tachos de cobre nas paredes. Já as toalhas, guardanapos de pano e música ambiente dão um toque mais clássico ao espaço, combinando com os empratamentos mais cuidados e algumas receitas tradicionais revisitadas. É o caso da perdiz de escabeche desossada com pão torrado; e mesmo das bochechas de porco preto em vinho tinto com arroz selvagem. Entre os pratos-estrela estão os pezinhos de porco de coentrada, a sopa de cação e o ensopado de borrego.

Respeitando a simplicidade da cozinha alentejana, o menu também propõe pratos de peixe, como bacalhau assado com batatas a murro, pescada à Bulhão Pato e arroz de garoupa com gambas. Nas sobremesas há sabores de época: marmelo cozido com nozes e sonhos de mogambo (uma espécie de abóbora). A garrafeira é rica em produção regional, mas também tem nomes de vulto como o Pera Manca.


CLÁSSICO ATUALIZADO

Bochechas de porco preto
“Em vez de servirmos as bochechas de porco preto com migas, servimo-las com arroz selvagem” diz Helena. Já o fígado de pato com doce de framboesa, maçã e cebola caramelizada é uma saborosa alternativa ao receituário tradicional.

 

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