Regresso às origens na nova carta do The Yeatman

A nova carta do restaurante duas estrelas Michelin do Hotel The Yeatman sublinha o trabalho de consistência do chef Ricardo Costa e o seu gosto por mostrar a essência da cozinha portuguesa, principalmente aquela ligada ao mar.

É tão orgulhosamente cosmopolita quanto local esta carta sazonal do Yeatman, que estará em vigor, pelo menos, mais um mês e meio. Principalmente devido a alguns pratos que não podem fugir da época, como a lampreia ou a galeota. É a primeira vez que Ricardo Costa utiliza este pequeníssimo peixe da zona de Ílhavo como elemento principal de um prato e serve-o de duas formas – frita e salteada – acompanhado por um molho beurre blanc e pelo nobre caviar.

Quanto à lampreia, não é a primeira vez que a inclui no menu, mas faz questão de o fazer, mesmo sabendo que não se trata de um «prato consensual», diz o próprio. A lampreia – do Douro – é acompanhada com arroz frito, espinafres e bordalesa. Como sugestão de harmonização, a diretora de vinhos Beatriz Machado sugere dois, ambos da região dos Vinhos Verdes. Um deles, o vinhão Aguião Superior 2018 é servido numa malga como em qualquer taberna minhota. Ao lado, o mais sofisticado e elegante Pardusco Private 2012, servido em copo alto, mostra o que se pode fazer de diferente na região e que a lampreia se dá bem com ambas as abordagens.

O chef gosta que uma refeição tenha momentos «descomplexados», promovendo, assim, interlúdios de finger-food, que é como quem diz, de petiscos para comer à mão, como a trilogia de entradas, onde há pratos de frango cozinhado de diferentes formas e uma tigela de ostra com jalapenhos e maçã, que acompanha um cocktail de maçã, espinafre e couve. Depois, entra-se num fresquíssimo prato com lírio e os sabores do mar continuam com o ouriço do mar, acompanhado com o creme de origem japonesa chawanmushi e bloody mary.

A cozinha do Yeatman, define o chef, «é muito portuguesa porque a maior parte dos clientes são estrangeiros e por isso queremos mostrar a nossa gastronomia».

E nem só de mar vive a cozinha nacional. Por isso, é obrigatório falar do leitão, preparado pelo chef para saber à Bairrada, com a pele muito estaladiça.

Nas carnes, há também boi nacional, ligeiramente maturado e muito suave, acompanhado por um tubérculo pouco conhecido por cá, o americano tupinambo. Sabores daqui e sabores do Mundo num prato.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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