Presunto fumado entre o Minho e Trás-os-Montes

Percorra a fotogaleria para conhecer alguns dos espaços que integram a Rota do Presunto Fumado.

Sabores Castrejos, Castro Laboreiro

É na sua cozinha tradicional, um anexo da sua casa em Lamas de Mouro, Castro Laboreiro, que Judite Rodrigues gosta de passar os dias frios, com a lareira sempre a fumegar e acima da qual se penduram chouriços, morcelas, salpicões e outros enchidos.

«Fui criada com isto. Desde miúda que fiz fumeiro com a minha mãe», conta. Hoje, admite que tem gosto em mostrar o sítio onde produz os seus fumados sob a marca Sabores Castrejos. Com a certificação que lhe foi atribuída, pode vender os produtos diretamente ao consumidor final, por isso muita gente lhe bate à porta, pois a sua cozinha funciona como «oficina» de produção, espaço de prova e loja.

Não tão à vista como os enchidos, os presuntos encontram-se a defumar no andar mais acima, separado da cozinha.

Fumeiro tradicional de Judite Rodrigues, em Castro Laboreiro.

Aldeia Bouça dos Homens, perto de Castro Laboreiro.

Em Melgaço, pode visitar-se o Solar do Alvarinho.

Quinta da Pedra, em Monção.

Não é só de presunto fumado que vive a rota. Também é importante ficar a conhecer produtores de vinho nas regiões que a integram. Em Monção, visita-se a Quinta da Pedra que trabalha apenas com a casta Alvarinho. Daqui saem «vinhos tranquilos e elegantes», como os define Miguel Pinho, diretor da Ideal Drinks, que adquiriu a quinta, que tem mais de 180 anos.

Além de se visitar a quinta e a adega também se pode comprar os seus vinhos na loja.

Quinta da Pedra, em Monção

Restaurante Adega Sabino, em Melgaço.

A comida regional e o vinho são parte importante no percurso. Em Melgaço, a Adega Sabino abre as portas e pode acontecer o próprio Sabino, nome pelo qual é conhecido o dono e anfitrião da casa Manuel Augusto de Castro, se sentar na mesa e contar as histórias do restaurante, num almoço regado a alvarinho e com fumeiro da terra.

Restaurante Adega Sabino, em Melgaço.

Taberna Casa de Padornelos, Montalegre

O casal Aldina e Ricardo Moura gerem um restaurante de comida regional que funciona apenas por marcação. Ao fundo da sala, como não podia deixar de ser, está uma lareira. Do outro lado, presos ao teto, estão alguns presuntos. Em baixo funciona a oficina de produção de enchidos fumados, onde várias mulheres trabalham rapidamente entre risos e de forma completamente artesanal.

O destino dos enchidos fumados que de lá saem é precisamente a Casa de Padornelos. Quem quiser apreciar o famoso cozido à barrosã com todos os enchidos – deve reservar com cinco dias de antecedência.

São só mulheres que preparam o fumeiro tradicional servido na Casa de Padornelos.

Aldina e Ricardo Moura na sua oficina de produção de fumados, em Padornelos.

Chef Vítor de Oliveira

A Rota do Presunto Fumado é muito mais do que visita a espaços de produção de fumados. Inclui refeições em restaurantes, passagem por quintas vinícolas e dormida em alojamento rural. Além disso, há sempre um workshop de corte de presunto, sob orientação de Vítor de Oliveira, não fosse ele o único chef cortador de presunto certificado em Portugal.

Especializou-se nesta arte em Córdova, Espanha, que tem tradição no assunto. O chef teve, nos anos 1990, o restaurante Chicote, na Bairrada, especializado em carnes exóticas. O interesse pela cozinha tradicional fê-lo tomar outros caminhos. Começou a fazer consultoria para a espanhola Cinco Jotas, em 2005, e há cinco anos que trabalha com o presunto português.

Fundou a Academia do Corte e agora é procurado por municípios para dar formação, tanto a produtores como à área da restauração.

Restaurante O Brandeiro, na Branda da Aveleira (Serra da Peneda)

Abriu em 2015, na Serra da Peneda, pela mão de Agostinho Alves, primeiro como restaurante de apoio às casas de turismo rural da Branda da Aveleira.

Chama-se O Brandeiro e tem uma espetacular vista da paisagem da branda. A comida não fica atrás. Aqui serve-se carne de bovino da raça Cachena, acompanhada de grelos e batatas a murro.

Toda a carta vai muito bem com os vinhos das castas da região – Alvarinho ou Vinhão – e, para sobremesa, conta-se com a especialidade de Melgaço, chamada Bucho Doce, que junta pão, ovos, canela e açúcar.

Prato de carne cachena, n'O Brandeiro

Restaurante O Brandeiro, na Branda da Aveleira, Serra da Peneda

Vista da Branda da Aveleira, na Serra da Peneda.

Aldeia da Branda da Aveleira.

Capela na Branda da Aveleira.

O gado da raça Cachena pasta livremente na Serra da Peneda.

Quinta do Souto, na aldeia Casas Novas, Chaves

Uma antiga quinta agrícola que remonta, pelo menos, ao século XVIII, deu lugar a uma elegante quinta para turismo rural.

José Luís, descendente dos donos, adquiriu o espaço e restaurou-o de forma elegante, respeitando o património. Na receção, por exemplo, antigo lagar, conservou-se tudo o que foi possível. O núcleo habitacional e a própria quinta têm pormenores absolutamente contemporâneos, mas rementendo para as origens do sítio.

A aldeia de Casas Novas, repleta de solares e quintas, fica a oito quilómetros de Chaves.

Quinta do Souto na aldeia Casas Novas.

Suite da Adega, Quinta do Souto, na aldeia Casas Novas.

Quinta do Souto na aldeia Casas Novas.

Quinta do Souto na aldeia Casas Novas.

Uma sala na Quinta do Souto.

Aldeia Casas Novas, Chaves.