Prato do Dia: no Sal e Brasas, em Lisboa, sentimo-nos em boas mãos

(Fotografia: DR)
O pendor da casa liderada pelo chef José Guerra é carnívoro, mas há pratos de peixe de grande valor.

José Guerra é ribatejano de gema e foi por lá que se tornou comerciante de carnes, a ponto de se abalançar um dia em abrir restaurante próprio em Lisboa. Foi da sua persistência e do seu conhecimento que nasceu o Sal e Brasas. Enclave urbano junto ao Palácio das Necessidades e ao hospital CUF Infante Santo. Rapidamente ganhou reputação e gabarito entre alfacinhas e não só. Por imperativos de natureza imobiliária, a certa altura viu-se forçado a procurar outro lugar para instalar o templo gastronómico que entretanto se tornou referência. Hoje está no final da Rua de Campoliide, bem rodeado de boa hotelaria e empresas. Está a cinco minutos a pé de estacionamento, o que torna possível chegar rapidamente à mesa.

Em termos culinários tem graças especiais. Croquetes de picanha deliciosos para começar, a que facilmente se junta uma ou mais chamuças. Também há linguiça alentejana na brasa e alheira de caça excelente, além de vários outros petiscos, sápidos e prontos. O pendor da casa é carnívoro, mas há pratos de peixe de grande valor. Faz-se um original camarão al ajillo acompanhado com arroz branco que satisfaz muito bem. O bacalhau à lagareiro é belíssimo, bem ao gosto do amante do fiel amigo. O polvo à lagareiro também sai muito bem, tenro como se impõe, saboroso como se deseja.

Nos pratos de carne, a proposta de do chef Guerra é pujante e sábia, sentimo-nos sempre em boas mãos. Claro que há bons bifes e o da vazia, processado no ponto do gosto do cliente, é sublime. Para mim tem de ser sempre mal passado, mas gostos não se discutem. Das superoficiantes brasas sai uma grelhada mista de porco e vitela que faz crescer água na boca do princípio ao fim, tal o aprumo culinário de que a casa é capaz. Maravilhosa também é a picanha com arroz e feijão preto, evocativa da feijoada à brasileira com o requinte acrescido da excelente peça de carne que integra. O porco marca presença forte no cardápio, aqui a minha escolha vai para a grelhada mista de porco ibérico, feita para partilhar com a família e bons amigos.

Para terminar em beleza, há gelados para todos os gostos e mousses variadas, ambas são sequência feliz da empreitada mastigante. A mousse de lima é muito bem vinda por isso mesmo. O bolo de chocolate é de gabarito, vem acompanhado de uma bola de gelado e cumpre muito bem o mesmo desígnio. O pudim Abade de Priscos sem toucinho é original e recomendável. Nunca se sai mal desta grande e luminosa casa. Sai-se é cedo demais, porque apetece ficar. Mas volta-se.

Sal e Brasas
Rua de Campolide, 372, Loja-E, Lisboa
Tel. 917 505 313
Das 12h às 15h e das 19h30 às 23h30. Fecha domingo.
Preço médio: 25 euros



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