Caldas da Rainha tem os trunfos que todos seguimos e veneramos, mas nem sempre as raizes gastronómicas se tornam visíveis. Há que saber explorá-los. Esta casa fica um pouco fora do aglomerado urbano, tem o nome de Alberto Catarino. Foi fundada juntamente com a sua mulher Fátima e hoje o filho Hélio tem a gestão a seu cargo.
A configuração da sala revela de imediato a vocação petisqueira e aqui, mesmo que não avancemos para pratos mais elaborados, temos já acesso a especialidades primorosamente executadas. As saladas de polvo e de búzios têm temperos cuidados e cozeduras imaculadas. Serve-se um requeijão caseiro que apetece sempre. As enguias fritas são deliciosas, bem tratadas por quem sabe e com o vinho certo a fruição é mais que garantida. Também aqui encontramos morcela de arroz assada perante a qual ninguém se faz rogado.
Entrando nos pratos de peixe, é incontornável e recomendável o maravilhoso ensopado de enguias que aqui se processa. Faz-se polvo na telha, solução excelente e que apetece sempre. E o bacalhau à Adega, frito com cebola como à moda de Braga, é um prato divinal, acompanhado com gambas. Nos pratos de carne recomendo vivamente o entrecosto com vinho, mel e amêndoas pela fusão de sabores e aromas que proporciona e nos cativa. A rojoada à Adega, versão proprietária dos clássicos rojões, é uma festa para os sentidos. O arroz de pato escondido é bastante original, com o pato desfiado envolvido no arroz e o sabor bem presente. Também se destaca o coalho desossado, consistência óptima e temperos bem aplicados.
Nas sobremesas há muito para explorar. Pudim Abade de Priscos bem feito, moderado no açúcar como os tempos modernos exigem e recomendam. Trouxa de ovos, um doce que nasceu aqui muito perto e encanta todos com igual eficácia. Mousse de chocolate caseira belíssima, feita por mão sábia e experimentada. Vale a pena sair dos eixos usuais e convertermo-nos aos encantos da cozinha portuguesa autêntica e petisqueira como é esta deste Albertino.
Longitude : -8.2245