Porto: no novo Barrica, o menu é surpresa e vem dentro de um envelope

Vazia maturada, puré de pastinaga, cogumelo eryngii grelhado e molho de pimenta verde. (Fotografia de Igor Martins/GI)
O restaurante Barrica, no Porto, serve um só menu de degustação, ao jantar, diferente a cada dia e quase secreto. Os pratos são revelados num envelope entregue ao cliente, que decide se o abre ou não.

É numa cave de pedra na Rua de São Miguel, no mesmo edifício do alojamento local Pipa D’Oro, que se encontra o restaurante Barrica, inaugurado recentemente. Ambos os projetos são do grupo YoursPorto, que conta com outros espaços de restauração e alojamento, entre eles o Alibi. Mas este novo negócio tem uma particularidade: serve apenas um menu de degustação, ao jantar, e é surpresa. Os pratos, que mudam a cada dia, constam de um envelope entregue ao cliente no início da refeição, e cabe-lhe decidir se cede à curiosidade ou se deixa levar pelos sabores que vão desfilando, tentando adivinhar do que se trata.

O chef Bruno de Jesus, que antes esteve no Alibi, aconselha manter o envelope fechado até ao fim, para intensificar a experiência. O que propõe é uma cozinha contemporânea a puxar por alguns sabores bem portugueses, “aquelas raízes fortes”. Procura levar memórias para a mesa e pode muito bem juntar polvo e favas com chouriço, ou puré de favas. O gestor de negócio do grupo YoursPorto, Miguel Matos, esclarece que “a ligação aos sabores de infância não é direta”, e dá um exemplo: à partida, não vão servir ali tripas à moda do Porto, mas quiçá algo que as faça lembrar.

A sala, dominada pela madeira, que inspirou o nome do restaurante.
(Fotografia de Igor Martins/GI)

O jantar começa com uma bebida de boas-vindas. Ao couvert (que inclui pães de fermentação natural e manteiga aromatizada) segue-se um amuse-bouche, uma entrada, um prato de peixe, outro de carne e, por fim, a sobremesa. Aquando da nossa visita, houve ceviche de corvina, caviar de limão e lascas de coco; cremoso de beterraba, pasta de roquefort e amendoim e abacate assado; ou vazia maturada, puré de pastinaga, cogumelo eryngii grelhado e molho de pimenta verde. E esses foram só alguns momentos de um menu que, como comprovámos, pode ser adaptado a vegetarianos – tal informação deve ser transmitida no ato de reserva, sendo o mesmo válido para intolerâncias e outras restrições alimentares.

Depois, é só desfrutar do que for saindo da cozinha, num ambiente confortável e elegante, mas despretensioso. O nome Barrica tem a ver com o espaço, parcialmente forrado a madeira, e onde se pretende “potenciar a experiência do vinho”, explica Miguel Matos, acrescentando que o menu pode ser harmonizado com rótulos também variáveis. A sala dá para uma área exterior, nas traseiras do edifício, com jardim, piscina e vista para a Ponte D. Luís I, elemento de destaque num postal luminoso.

A vista das traseiras.
(Fotografia de Igor Martins/GI)

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