Chama-se O Carniceiro, não é uma steakhouse, mas a carne é parte importante deste novo restaurante do novo Zero Box Lodge, hotel que abriu portas em dezembro, no centro da cidade. Fica no piso térreo do edifício, onde funcionou a histórica Fábrica de Camisas Confiança e posteriormente uma instituição bancária. Antes de lá se chegar, passa-se por um átrio com sofás e um canto dedicado às letras nacionais, com destaque para o escritor Gonçalo M. Tavares, com livros seus traduzidos em várias línguas. Logo a seguir está o bar Big Bad Bank, onde se pode começar por beber um cocktail clássico ou de assinatura antes de se entrar no restaurante de aspeto informal, com as suas mesas corridas e cozinha aberta.
O «ator principal», como lhe chama do chef Hugo Dias de Castro (do grupo da Casa de Pasto, em Lisboa, e responsável por esta cozinha) «é a grelha». Os cortes da carne são importantes. Há costeletão, costeleta e entrecôte – das raças arouquesas e barrosã. Do porco bísaro utiliza-se a bochecha, entrecosto e a presa. Além de grelha, a carta tem uma série de petiscos, que tanto se inspiram na tradição portuguesa, como noutras cozinhas, da América Latina à Ásia. O corneto de maturada, com mostarda e cebolas, a empada minhota com cogumelos e maionese hoisin ou o atum, yuzu, soja e curgete são disso exemplo.
Os vegetarianos não foram esquecidos e as duas propostas sem carne nem peixe são igualmente viagens pelo Oriente. Um barbecue coreano com beringela e estufado com trigo sarraceno e um prato de quiabos, caril verde e pão naan são as sugestões. Duas especialidades por encomenda dão o seu contributo de comida de conforto: rabo de boi com puré de batata e chocolate, e arroz de lavagante com tobiko (ovas de peixe-voador). Tradição, com um twist.
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