Porto: comida cozinhada a fogo

Pratos contemporâneos confeccionados exclusivamente no fogo é o que se propõe fazer Ricardo Dias Ferreira no seu novo restaurante Elemento. O chef passou os últimos sete anos na Austrália e agora assentou na Baixa portuense.

A ideia que nasceu há sete anos na cabeça do chef Ricardo Dias Ferreira acabou de se concretizar há umas semanas na Rua do Almada. O chef trabalhou estes últimos anos em Sydney, na Austrália, no grupo hoteleiro Shangri-La e quis voltar ao seu país, e ao Porto – por onde já tinha passado pelo Shis e o Yeatman – para servir pratos cozinhados apenas no fogo. Mas, atenção, o Elemento não é um restaurante de grelhados, apesar de também os ter.
Uma das razões que fez o chef rumar à Austrália foi mesmo o seu gosto, precisamente, pela cozinha de fogo. «Não há fim de semana, faça chuva ou faça sol, em que os amigos não se juntem para um “mates barbecue», conta. Foi em Sydney, que conheceu a companheira e sócia Patrícia Lourenço, com quem se arrisca no Elemento. Não são o primeiro restaurante a cozinhar com fogo, mas são, garantem, o «único restaurante com o conceito de firedining», como eles gostam de lhe chamar. É comida de fogo e contemporânea, como já existe «noutros países», diz Patrícia.
Na verdade, esta forma de cozinhar é um regresso às origens, pois antes da eletricidade e do gás, «cozinhava-se tudo com fogo de lenha». Mesmo o material que utiliza na cozinha é também uma forma de voltar às origens. O forno, as várias grelhas e panelas foram todas compradas em Porto de Mós, região de Leiria, de onde a sua família é originária. O pinheiro, símbolo do restaurante, «é uma homenagem ao Pinhal do Rei», que ardeu quase completamente em 2017.
De resto, apostam na simplicidade e no minimalismo. Quando se entra, um longo balcão à esquerda convida a uma experiência próxima dos cozinheiros. São 12 lugares que se complementam com meia dúzia de mesas na sala do fundo, perfazendo 40 lugares.
Ricardo e a sua equipa fazem tudo trabalhando atentamente a brasa. Preparam desde assados, molhos, defumam peixe, fazem as sobremesas, e o aroma a lareira está sempre presente, proporcionando desde logo uma sensação de conforto.
Aqui, os tipos de lenha que utilizam são importantes. «Agora no inverno, utilizamos mais o sobreiro, uma madeira mais neutra, depois de aquecer o forno com eucalipto. Em breve, será altura de utilizar outro tipo de lenhas, «que agora ainda estão muito húmidas, como a azinheira, a cerejeira ou o carvalho» e que influenciam o sabor da comida.
Tal como as madeiras, a carta é para ir alterando. Para já, come-se, em elegantes empratamentos, lula com tinta, tutano e amêndoa; papada de porco, cherovia (uma raiz que lembra a cenoura), abalone (um molusco que vem da Austrália e da Nova Zelândia) e cogumelos ou robalo com nata fumada, raiz de aipo e couve, entre outros. Haverá sempre motivos para regressar e experimentar algo novo. Garantidamente, com aroma de lenha.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Leia também:

A ‘melhor carne do mundo’ fica perto de Trás-os-Montes
Porto: 7 sítios onde comer boa carne argentina, e não só
Biferia: Restaurante com carne superior em Vila do Conde




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend