Uma carta mais complexa e colorida, que é um caloroso olá à estação quente, mas não só: nesta nova temporada criativa no Galeria do Largo, restaurante que é uma varanda sobre o Largo de São Domingos, no Porto, o chef Manuel Ferreira quis vincar uma evolução que assinala a renovação da equipa e um salto de maturidade da cozinha. ”É uma carta mais trabalhada do que todas as outras, mas neste momento, com a equipa que tenho, posso fazer isso. Estes pratos trazem muito conforto, mas temos um empratamento diferente e com muitos elementos”, refere o chef.
Javali macerado com vinho tinto do Douro, mousseline de raiz de salsa, trigo sarraceno e molho de groselhas. (Fotografia: DR)
Há saladas e entradas frescas com protagonistas fortes, como a cavala, o bacalhau ou o pato, que chegam ao prato com alguma exuberância e, sobretudo, com uma combinação de aromas e sabores bem interessante. É o caso da cavala braseada (e previamente fumada na cozinha do Galeria do Largo) com dashi, melancia, aioli de sésamo preto, gelado de matcha e crocante de arroz. É tentador elencar a descrição completa dos pratos, porque nela se vai degustando o trabalho criativo desta nova carta. Veja se o caso de um dos quatro pratos de carne, o javali macerado com vinho tinto do Douro, mousseline de raiz de salsa, trigo sarraceno e molho de groselhas. Ou ainda, nos peixes, do naco de pescada em aromas cítricos, caldoso de fregola com bivalves, tomate e poejos. Nas sobremesas, destaca-se uma irresistível tarte merengada desconstruída e ainda o pudim abade de Priscos com manjericão. Para ir degustar com vista para o movimento da Baixa – e para levar os amigos vegetarianos e as crianças, porque há pratos para eles.
# Uma sobremesa irresistível
ÁGUA DE ROSAS, FLORES E LIMÃO
Tarte merengada, a nossa interpretação
Tarte merengada do Galeria do Largo (Fotografia: DR)
É uma prenda de primavera no prato esta sobremesa que acaba de entrar na carta do Galeria do Largo, no Largo de São Domingos, no Porto. O chef Manuel Ferreira está assumidamente num caminho mais artístico e este prato é, entre os doces, aquele que mais reflete esse rumo. Começa-se a comer só de olhar e é irresistível não deixar nem uma migalha por saborear desta feliz desconstrução da tarte merengada. O merenge está lá, em nacos leves e crocantes, assim como o creme de limão, e ainda um gelado de água de rosas que valeria por si só. Os amores perfeitos (comestíveis) ilustram bem o que se sente com esta sobremesa: é um amor, e é perfeita.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.
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