Porto: A arte de uma chef francesa “minhota”

Desde junho, quem entra no Apego, na Rua de Santa Catarina, Porto, encontra os sabores tradicionais da culinária portuguesa preparados por uma chef de cozinha francesa, com raízes no Minho.

Fruta e legumes frescos, da época, são ingredientes essenciais nos pratos coloridos e elegantes que Aurora Goy prepara no Apego, um restaurante onde quer transmitir o que sente por Portugal: a vontade de vir e de voltar.

Do lado da mãe conheceu os sabores e produtos típicos portugueses. «Todos os verões vinha passar as férias cá e cresci a ver as minhas tias e a minha mãe na cozinha», conta. Do pai herdou a experiência da culinária francesa, que começou a aprender aos 18 anos. Estagiou em Paris e em Lisboa, no Belcanto, mas quando chegou a hora de se lançar num projeto próprio escolheu o Porto. «Sinto-me mais em casa aqui no Norte», admite. Porém, a Régua foi uma forte concorrente. «Também fiquei muito apegada a Trás-os-Montes e Alto Douro, e às amêndoas, os figos…»

São os produtos que inspiram a pequena e irrequieta carta do Apego, com apenas duas sugestões de pratos principais, «para poder estar sozinha na cozinha», explica Aurora. O leitão assado, por exemplo, partilha o protagonismo com fatias de pêssego e folhas de cidreira, um toque doce e de frescura que equilibra o típico tempero picante da carne. É servido numa cama de puré de batata nova, com beterraba a acompanhar, e que envolve tudo numa bela união de sabores.

«Gosto bastante de legumes e nesta altura em que há muitos até prefiro aproveitar, por isso, para mim é sempre óbvio que vai haver verdura nos pratos», nota Aurora. Daí que os vegetarianos não tenham nada a temer. Basta dar a indicação à chef, e no momento ela prepara algo à medida, certamente delicioso.

A experiência só termina na sobremesa, que vale uma visita ao restaurante por si só. «Mel, nozes e azeite», é o que figura na carta, e à mesa chega uma generosa dose de gelado feito com coulis de cereja e nozes caramelizadas, acompanhado com biscoito de amêndoa, cerejas frescas e um fio de azeite. Aurora garante que vai manter na carta esta ode aos produtos de Trás-os-Montes em forma de doce, ainda que quando acabar a época das cerejas as tenha de substituir por outro fruto. «Talvez os figos.»

O menu Desapego, que inclui seis pratos (30 euros), também é uma boa opção para quem se quiser aventurar pelas sugestões da chef, que além da cozinha tem outra paixão, as antiguidades. Encontram-se peças de outros tempos espalhadas por toda a sala, onde paira um aroma a flores do campo.

Durante a semana, ao almoço não há serviço à carta, mas antes menus de dois (8,50 euros) ou três (11 euros) pratos, para desfrutar no conforto do sofá amarelo-mostarda que se estende ao longo da parede de pedra rústica, ou nas cadeiras em madeira escura, restauradas por Aurora.

Na mesa antiga que se vê ao passar na rua, estão dispostos limões, laranjas, abóboras, ramos de alfazema e outras ervas aromáticas, ao jeito de expositor do que se encontra na cozinha. Mais à frente a porta está aberta. Entremos.

 

Brunch
Um domingo por mês, a começar no próximo dia 12 de agosto, Aurora abre o restaurante exclusivamente para servir um brunch que inclui uma variedade de bolos ou tartes caseiras, bebidas quentes, batidos de fruta, legumes ou humus, queijo fresco e ovos.

 

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