Porto: A histórica, versátil e refrescada Queijaria Amaral

Durante várias décadas, a “queijeira realizadora”, como era conhecida Maria José Silva, foi a proprietária e o rosto da Queijaria Amaral. A realizadora portuense, que também interpretava e musicava os seus próprios filmes, conciliava a paixão pelo cinema amador com o atendimento na loja, especialmente procurada pelo queijo Serra da Estrela.

Hoje, a queijaria fundada em 1928 integra a lista de lojas históricas criada ao abrigo do programa municipal Porto de Tradição, e ao comando dos seus destinos está António Luís, produtor de leite de ovelha e vinho há mais de 30 anos. “A gente fornecia para aqui uns queijos”, começa, contando como a relação de amizade com a proprietária e a oportunidade de negócio se uniram para o levar a assumir a gerência da loja. É do seu rebanho que provém o leite para produzir o queijo de ovelha amanteigado da casa que, a par do Serra da Estrela DOP, é o ex-líbris da Queijaria Amaral.

Queijaria Amaral (Fotografia de Igor Martins/GI)

Queijaria Amaral (Fotografia de Igor Martins/GI)

À oferta já existente de queijos portugueses – que sempre foi a aposta da loja -, António juntou algumas variedades internacionais, que compõem um catálogo com cerca de 50 exemplares. Gouda, manchego, gruyère ou raclette fazem companhia ao Terrincho transmontano, ao Picante da Beira Baixa – ou queimoso – e ao São Jorge. No balcão que a queijaria abriu no Mercado do Bolhão existe ainda lugar para uma seleção de queijos italianos, todos artesanais.

Queijaria Amaral (Fotografia de Igor Martins/GI)

No campo das novidades, está também uma nova morada em Braga. A Queijaria Amaral III abriu há pouco mais de um mês, junto ao Arco da Porta Nova, com uma apetecível esplanada e uma oferta semelhante à da casa original, que inclui também tábuas de queijos e enchidos para saborear no local. “Pergunto sempre se querem queijos mais fortes ou mais suaves”, diz António. E a partir daí monta a tábua ao gosto do cliente e sugere um vinho para acompanhar.