Um dia depois de vencerem o concurso Melhor Pastel de Nata de Lisboa 2021, de 600 pastéis de nata por dia, passaram a vender cinco mil. A curiosidade aguçou, ao ponto de formar filas de espera à porta desta casa familiar, na Damaia, mas a Padaria da Né já tinha o público do seu bairro bem fidelizado. É assim há seis anos, desde que Noémia Rainho e Hélio Esteves, mãe e filho, se mudaram de Mafra, de onde são e onde já tinham uma padaria, para esta morada. A transição trouxe uma maior aposta na pastelaria e com esta chegaram os pastéis de nata. O segredo? É simples. “É o empenho e amor de toda a equipa”, explica Hélio, que desde criança cresceu envolto no mundo das farinhas e do pão. “Sou quase padeiro de nascença”, brinca o confesso autodidata.
As fornadas dos bolos premiados saem a ritmo frenético, das 06h até ao fim da tarde, ainda quentinhos da fábrica que funciona nas traseiras. A massa folhada é especialmente estaladiça e o cremoso recheio conta um truque – os sumarentos limões da zona Oeste, em homenagem às origens. No forno, só ficam oito minutos, mas todo o processo de confeção leva uma hora. Hélio conta, entre risos, que o pós-vitória foi “incrível e uma loucura” e roubou “algumas horas de sono” a todos, o que já levou ao aumento da equipa. Já Noémia, ou Né, como todos a chamam, acrescenta: “Foi muito saudável também para o bairro da Damaia. As pessoas ficaram muito felizes”.
A qualquer hora do dia também se provam queques, pastéis de feijão, bolas de Berlim ou croissants, além de pão de Mafra, de centeio ou cereais e até as compotas caseiras e marmeladas que Né vai produzindo “nas horas vagas”. “Adoro fazer estes mimos”, conta a dona. Em breve chegam ainda os clássicos festivos, como bolo-rei e rainha. Para provar tanto na morada original como nas duas casas homónimas que entretanto abriram na Reboleira, ali perto, e em Odivelas. Todos os dias, menos ao domingo, “que é o dia para a família”, remata Hélio.
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