Os outros restaurantes dos chefs Michelin

É possível experimentar comida de chef Michelin sem se ter de dispensar o valor que se gasta num restaurante estrelado. Muitos dos chefs premiados são responsáveis por outros espaços, mais informais e em conta. No Porto e em Lisboa, não faltam sítios com assinaturas de chefs Michelin.

Henrique Sá Pessoa não tem nenhum restaurante com Estrela Michelin no Porto. Mas o chef que este ano ganhou mais uma estrela para o seu Alma abriu recentemente na Invicta o Tapisco, que já existia em Lisboa. O mesmo se passa com José Avillez, que no Porto já tem dois espaços: o o Cantinho do Avillez e, mais recentemente, o Mini-Bar, também dois projetos que vieram da capital. Alguns chefs estrelados do norte, como o Rui Paula, também dirigem no Porto e em Lisboa restaurantes onde dão a conhecer as suas criações sem a pressão Michelin.

1. Mini-Bar
Depois de em 2014 ter aberto na baixa portuense o Cantinho do Avillez, o chef aumentou a sua presença na Invicta com o Mini-Bar, sítio de experimentações gastronómicas. O restaurante divide-se em duas salas – rés-do-chão e cave – decoradas com veludos e néons vermelhos, a fazer lembrar uma sala de espetáculos. Em Lisboa, o Mini-Bar fica mesmo ao lado do Teatro São Luiz, o que influenciou o seu conceito. Aqui, a ideia de teatralidade mantém-se. Além da decoração, a carta remete para fingimentos e simulações. «Nem tudo é o que parece» é o mote. Assim, come-se «frango assado» que não é frango assado ou uma azeitona que não é uma azeitona. A ideia foi criar um local noturno onde os clientes pudessem fazer uma «viagem pela degustação», como momentos inesperados.

2. DOP
Os clássicos da cozinha portuguesa são aqui reinventados pelo chef Rui Paula, que mantém no Guia de 2019 a sua estrela na Casa de Chá da Boa Nova. Neste, aberto desde 2010 no Palácio das Artes, a dois passos da Ribeira, o ambiente é mais descontraído. Além de uma carta onde sobressaem os sabores ligados à cidade e ao norte (há mesmo uma francesinha), está disponível o menu Memória, com seis momentos e o menu Mar, que são já uma boa amostra do trabalho do chef. Ao almoço, há menu executivo.

3. Cantinho do Avillez
Tal como o Cantinho do Avillez do Chiado, em Lisboa, o espaço no Porto é um restaurante descontraído. Não é de alta cozinha nem de cozinha conceptual como o seu Belcanto, que mantém as duas estrelas no guia Michelin. A decoração e os pratos remetem para a tradição portuguesa e não só. O chef também se inspira nas suas viagens pelo mundo algumas das suas criações, como o risoto de vitela. De lembrar que o chef foi premiado este ano como melhor cozinheiro pelo Grand Prix de l’Art de la Cuisine, que assim, pela primeira vez distinguiu um chef português.

4. Orangerie
O The Orangerie é uma espécie de equipa B do restaurante gastronómico do The Yeatman. Fica no andar de baixo mas com a mesma vista panorâmica sobre o Douro, num jardim de inverno que foi ampliado para ganhar mais lugares e acolher um conceito orientado para uma frequência mais regular e para famílias. É que se os pratos continuam a ser criados e preparados pelo chef Ricardo Costa e pela sua equipa, a carta que ali se apresenta é mais simples e, sobretudo, com preços mais acessíveis. É como se o restaurante com duas estrelas Michelin (o primeiro no Norte do país a conseguir a proeza) criasse uma versão mais democrática, já que alguns pratos do menu do The Yeatman podem ir parar à carta do The Orangerie. Ali comem-se pratos tão curiosos como as Tripas à Moda de Gaia (feijoada de lavagante azul, arroz e cominhos – 45 euros) ou os de cada época, caso do faisão imperial e da carne de porco do outono, e ainda os peixes que o chef escolhe no mercado a cada dia. A carta de vinhos conta com 83 referências, com vinho a copo a partir de cinco euros. Mesmo no andar de baixo das estrelas, é sem dúvida uma excelente escolha para jantar num dia muito especial, com uma arrebatadora paisagem a encher os olhos sempre que se levantarem do prato.

5.Tapisco
Tapisco é o primeiro restaurante de Henrique Sá Pessoa no Porto, que este ano somou mais uma estrela ao seu Alma, ficando com duas. Chegou no final de agosto com os pratos emblemáticos do restaurante irmão e ainda algumas novidades. É ligeiramente maior que o da capital, com capacidade para 50 pessoas, mas mantém os traços de estilo retro. Caso do balcão, à entrada, em volta da cozinha aberta. Sob os tampos de pedra lioz a ementa funciona como uma espécie de toalha de mesa. Aqui, figuram os pratos já conhecidos dos fãs do Tapisco. A carta é idêntica à de Lisboa, mas há entradas como as Tripas. Assim, a lista continua dividida em cinco áreas: Tapiscos, Ovos, Brasas, Tachinhos e Sobremesas -, e lado a lado com as amêijoas à Bulhão Pato, batatas bravas e a famosa La Bomba, que agora não é de Lisboa mas sim do Porto, juntam-se reinvenções, como o choco frito, que aqui é servido num prego, em bolo do caco negro.

6.Terraço
O ano passado, o nortenho Rui Paula tomou as rédeas do restaurante Terraço, do Hotel Tivoli, em Lisboa. Mais uma vez, o chef aposta na cozinha de memória. Pratos como carré de borrego assado ou peixe assado no forno remetem para as origens do chef que idealizou este espaço para que não fosse pretensioso nem chique. Quis fazer um restaurante de comida de conforto, apoiado na tradição mas sempre com a sua assinatura criativa.

7. Geadas
O Geadas começou em Vinhais, há cerca de 40 anos, e foi há 33 anos que Adérito e Iracema Gonçalves se instalaram em Bragança, tornando a casa uma referência de cozinha tradicional portuguesa. Os filhos cresceram entre as panelas e o serviço da sala e os irmãos Geadas, como ficaram conhecidos Óscar e António, acabaram por se lançar em nome próprio ao assumir a gestão da Pousada de Bragança e o respetivo restaurante ali à vista das janelas do restaurante dos pais. Foi ali, porém, que começaram o seu caminho na cozinha, onde Iracema é quem mais ordena e que nunca se desviou do princípio de tratar primorosamente as receitas tradicionais: ali, pode contar-se com os pratos de caça na devida altura (por agora, a perdiz e o arroz de lebre), o cabrito e aposta mirandesa; e ainda o peixe fresco, outro dos emblemas da casa.

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