O regresso do croissant: os novos e clássicos em Lisboa

A fama é francesa, mas há muito que o croissant passou a governar as «patisseries» pelo mundo fora. À massa folhada juntou-se o brioche e hoje há versões integrais, sem glúten e até vegan.

«Era uma heresia aceitar o queijo e fiambre dentro do croissant, no início, quando vim de França», conta Julien Letartre, o responsável francês pelas lojas Eric Kayser em Portugal. A marca, que deve o seu nome ao reconhecido chef pasteleiro francês, chegou a Portugal há seis anos e trouxe com ela também o produto nobre das boulangeries. Letartre come-o como muitos franceses e, além de preferir os croissants simples, começa por retirar-lhes as extremidades e, a seguir, o anel folhado central. Há quem o dobre ao meio, ou até quem vá retirando camada a camada. No fundo não há regras, só preferências daquela que é o produto, por excelência, de um pequeno-almoço recheado.

Quase todos o associam a França, até porque a fama e o sotaque se devem ao país, mas as suas origens podem ter raiz em Viena. Estudiosos e publicações internacionais têm, ao longo dos anos, referido o croissant como uma derivação do vienense kipferl, cuja massa formava uma meia-lua, em alusão à bandeira do império otomano. A história ganha então várias versões: terá sido um aviso de um pasteleiro sobre um iminente ataque dos turcos em Viena? Terá sido a batalha ganha dos Habsburg em 1683? Ou a vinda da vienense Marie Antonieta para a corte parisiense que levou ao enraizamento da tradição e das viennoiseries em França?

 

(Fotografia: Reinaldo Rodrigues/GI)

 

Em Portugal a teoria mais popular estima que o produto tenha chegado ao país durante as invasões francesas, entre 1807 e 1811, uma ideia reforçada pelo gastrónomo e investigador Virgílio Gomes em entrevista à agência Lusa. Com o passar dos anos, os tipos de massas, as formas, os recheios e as coberturas foram-se diversificando consoante a procura do mercado, e hoje há croissants para todos os gostos.

A nova vaga de croissanterias chegou há cerca de cinco anos a várias zonas do país, carregando uma preocupação crescente sobre a qualidade dos ingredientes, os processos artesanais, e o cuidado na elaboração, transversal em várias áreas da gastronomia. Nesta fotogaleria juntámos as modernas às clássicas, que ao longo dos anos ajudaram a manter a tradição.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Leia também:

A primeira loja Eugénio Campos abriu no Porto
6 vinhos do Douro e do porto que deve provar
Lisboa: nesta avenida, o que é tradicional é bom




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend