Christian Oliveira, natural de São Paulo, no Brasil, tem 25 anos dedicados à cozinha nipónica, nove dos quais passados ao balcão do Terra, no Porto, antes de se aventurar em projetos próprios – primeiro o Ikeda, também na Invicta, depois o Shakai, que teve morada inicial no primeiro piso do Café Astória, em Braga. Ao fim de um ano, em 2020, trocou o espaço por um lugar mais intimista e recatado, ao estilo de taberna japonesa, escondida abaixo do nível do olhar, na Praça Conde de Agrolongo. E a carta de perfil clássico viu chegar propostas de fusão, combinados e pratos quentes.
A maior diversidade do menu permitiu dar resposta a mais públicos, mantendo a seleção cuidada da matéria-prima, em boa parte proveniente da costa nacional. “Gosto muito de trabalhar o lírio, a vieira e o toro. O toro é espetacular”, destaca Christian. “Quando trabalho com um bom produto não adianta inventar muito”, diz o sushiman, daí que o peixe seja o protagonista inofuscável, tanto num delicado gunkan de toro como em composições mais arrojadas, como a de atum, vieira, foie gras e gengibre caramelizado, ou a de salmão e enguia fumada.
A cada três meses há novas adições à carta, mas ficam seguros alguns favoritos como o okonomiyaki (uma panqueca japonesa com vegetais, camarão e flocos de bonito), o takoyaki (bolinhas de polvo fritas), o mini tártaro de atum trufado com vieira e caviar, servido num chip de alga nori, ou o uramaki de vieira com molho de jalapeño fumado.
As influências de outras paragens também são evidentes em propostas como os tacos de peixe ou o fondant de goiabada, um piscar de olhos às raízes de Christian, a rematar de forma irrepreensível o percurso da refeição, que à semana pode ser mais em conta, escolhendo um dos três menus de almoço.
Aliás, a carta passa por mera formalidade. Habitualmente, os clientes optam por deixar a cargo de Christian a seleção de pratos que chega à mesa. Seguindo os conselhos do sushiman também na bebida, segue-se com a sangria de saké, vinagre balsâmico e canela, para um conforto outonal.
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