Quando o espanhol Pablo Picasso revelou ao mundo a famosa pintura Les Demoiselles d’Avignon, o Cubismo dava ainda os primeiros passos. As cinco mulheres retratadas através de formas geométricas representavam bem a matriz daquele movimento artístico, considerado um dos mais influentes no século XX. Cézanne iniciou-o, Picasso e Georges Braque deram-lhe continuidade. Numa fusão de arte e gastronomia, o chef Manuel Bóia decidiu trazê-lo para o século XXI e prestar-lhe homenagem, concebendo um novo menu para o Palácio Chiado, em Lisboa.
Um dos pratos do menu é o de codorniz confitada. (Fotografia: DR)
São cinco os momentos que tentam evocar o imaginário cubista à mesa. Tudo começa com um camarão salteado com malagueta e alho, acompanhado de molho sweet chilli e guacamole. De seguida, chega um pica-pau de novilho com mostarda Ancienne e picadinho de pickles. Os amantes de peixe vão amar, por sua vez, o tataki de atum fresco acompanhado de arroz asiático salteado com legumes, molho de soja e sésamo – aqui, o atum a lembrar as formas geométricas do Cubismo. E como prato de carne, o chef escolheu codorniz confitada e braseada em dauphinoise (batata assada em creme) com ragu de legumes e ovo de codorniz.
Um dos expoentes máximos deste menu – que resulta de uma compilação de pratos de cinco conceitos de comida do Palácio Chiado (Seed, Farrobodó, Azimuth, Cutelo e Confeitaria) – chega em formato cúbico, numa sobremesa de três chocolates com várias texturas e sabores. Se fosse vivo, Pablo Picasso iria certamente aprovar a criação. O menu Cubista estará disponível aproximadamente um mês, a um preço de 50 euros por pessoa (sem bebidas). Em 2019, Manuel Bóia criou menus inspirados no Expressionismo, Impressionismo, Pop Art, Surrealismo e Dadaísmo.
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