O lombinho de borrego com puré de castanhas da Justa

receita de lombinho de borrego com puré de castanhas justa nobre
Enquanto os cabritinhos adoram saltarilhar assim que se têm de pé, os borregos gostam de manter-se juntos à mãe, mamando e andando devagar. O resultado é uma carne frágil e ao mesmo tempo suculenta, que há que saber cozinhar com cuidado. Quem melhor que a chef Justa Nobre, no novíssimo À Justa, em Lisboa? A receita para os nossos leitores.

Lombinho de borrego corado com puré de castanhas e elas salteadas
(para 4 pessoas)

Ingredientes
– 1kg Lombo de borrego sem osso
– Sal e pimenta, q.b.
– Azeite virgem extra, q.b.
– 50g manteiga
– 0,5 dl vinho do Porto
– 1 pé de tomilho
– 1 dl caldo de carne

Preparação
– Temperar a carne com sal e pimenta.
– Marcar numa frigideira quente com o azeite, depois colocar numa travessa e levar ao forno para acabar de assar.
– Na mesma frigideira, juntar a manteiga, vinho do Porto, tomilho e o caldo e deixar reduzir.
– Servir com o puré de castanhas e duas castanhas fritas por pessoa, regando com o molho.

Puré de castanhas

Ingredientes
– 300g castanhas congeladas
– 1 c. café erva-doce moída
– 1 c. sopa Sal
– 100g manteiga

Preparação
Cozer as castanhas em água abundante com sal e erva-doce, estando bem cozidas transformar em puré, juntando a manteiga e batendo sempre com as varas.

 

Crónica do crítico Fernando Melo
São gerados no ventre materno e amamentados desde que nascem até que são expostos à forragem boa e natural. Têm de ser abatidos com o corte dos tendões posteriores das coxas, para que o que conhecemos como bedum não invada a peça inteira, criando um gosto acessório e desagradável, que tantos consumidores afasta. Quanto mais tarde se abate, mais provável é que o gosto menos bom permaneça, o borrego pede consumo temporão, ou quando se alimenta exclusivamente de leite materno – cordeiro – ou quando num regime misto já se interessa pela forragem que o campo oferece. Neste caso, é ver as crias junto à mãe, praticamente pele com pele, num aconchego recíproco que nos desperta a ternura dentro, comum de resto ao imaginário infantil expresso na bonecada do presépio natalício e da primícia pascal.

Extrai-se para assar as peças das pernas e mãos, desmonta-se normalmente o tronco para produzir as inefáveis costeletas de borrego com que nos deliciamos, praticamente sem tempero, para não ferir a tenrura nem o sabor original que a boa criação dá. As primeiras sete costelas definem a que chamamos sela – ou carré – de borrego e dá assadura maravilhosa, mas a mesma peça cortada a meio pela espinha central dá-nos as tais costeletas que marinamos, fritamos ou confitamos a gosto, sempre com bons resultados. Peça idêntica é o lombinho, extraído à semelhança do que acontece com a carne de porco e de nuances talvez mais delicadas, que há que não ferir nem prejudicar no processamento.

A chef Justa Nobre, do restaurante À Justa, na Ajuda, Lisboa, propõe com o arrojo proverbial o dito lombinho, temperado com o tomilho fresco, de que o memé tanto gosta, e assessorado pela castanha em puré, o toque transmontano de homenagem às raízes transmontanas. Para fazer com cuidado, resultados garantidos. Boas experiências!

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