O Cozinha da Terra, em Paredes, tem um menu de tradições e calor de lareira

A equipa do Cozinha da Terra. (Fotografia de Miguel Pereira/GI).
O Cozinha da Terra é um restaurante que vale pela comida apurada da anfitriã e pelo ambiente acolhedor, numa casa de família onde Teresa Ruão recria as suas memórias gastronómicas com um toque de modernidade.

Teresa Ruão é a guardiã de sabores apurados, de receitas de família que aprendeu em menina e que foi aperfeiçoando com os anos, a cozinhar para amigos e familiares. Tinha na ideia desde garota abrir um restaurante, fundado em paladares e tradições de antigamente. E há 24 anos abriu finalmente as portas de sua casa, uma propriedade do séc XVII, em Louredo, Paredes, a quem procura o aconchego do mundo rural no serviço e no prato.

“Aos 15 anos já sabia que queria isto, uma reprodução de uma casa de aldeia, onde vive uma família grande”, conta. Esteve mais de 20 anos ligada ao setor têxtil, mas sempre com a cozinha no coração. Os amigos deram-lhe o derradeiro impulso: “Diziam que quem cozinhasse assim não devia fazer outra coisa”. Acabou por recuperar a casa onde nasceu e ainda vive – “É uma casa que amo muito. Acho que é uma casa com alma”, diz -, transformando uma parte no restaurante Cozinha da Terra.

Funciona à porta fechada e apenas com reserva. Quem ali chega, toca à campainha e espera que lhe venham abrir a grande porta em madeira que dá para um pátio muito concorrido nos almoços e jantares prolongados do verão. Fechada a porta, fica do outro lado o mundo todo e ali importa só a mesa e o convívio. No inverno, é ao calor da lareira, na sala de jantar rústica, com atoalhados de linho, tetos de madeira e paredes de pedra, que a refeição se demora pela tarde fora. É o ambiente intimista que nos deixa confortáveis, mas também o serviço acolhedor e a comida, claro. “Comida tradicional portuguesa com critérios de modernidade”, define Teresa,

Muito jovem “já vinha para a cozinha aqui da casa e fazia muita coisa, inventava, improvisava”, conta a cozinheira, com especial mão para a doçaria, como comprova o bolo de noz, uma receita de família reinventada. Para não se perder, resolveu dar-lhe uma roupagem diferente, em forma de queque feito na hora e acompanhado com gelado de ovos moles e ovos moles caseiros.

Noutro campeonato, brilham também as pataniscas de bacalhau, a bola de carne e os legumes gratinados, que resultaram de “um acidente de percurso”, confessa Teresa, mas que são já uma entrada incontornável. Nos principais, um dos pratos mais pedidos, além do bacalhau no pão, é o arroz de pato, que já valeu à Cozinha da Terra o primeiro prémio no Concurso Nacional de Gastronomia em 2002.

Teresa também recria “sabores esquecidos”, como os rojões feitos à moda antiga. “São confitados na banha, não são fritos”, realça, e exclusivos do inverno. Também há assados no forno a lenha, servidos habitualmente aos domingos, que é o dia deles, mas não em exclusivo: o cabrito, a vitela, o galo na caçoila. Tudo “feito com muito carinho, muito amor e com atendimento muito familiar, que é apanágio destas casas nortenhas”, resume Teresa.

 

Casa de Louredo
Em 2012, Teresa transformou parte da casa em alojamento de Turismo Rural. A Casa de Louredo é composta por três suítes e dois quartos de interiores charmosos e rústicos.

 

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