O bacalhau é o trunfo deste restaurante em Gaia

Bacalhau à Retiro, no restaurante Retiro do Paniceiro. (André Rolo / Global Imagens)
Como um imperativo familiar dita duas mudanças radicais de vida para o casal Lurdes Teixeira e Pedro Santos, e ainda bem para nós, amantes da boa mesa. O bacalhau é trunfo de peso no Retiro do Paniceiro, em Canidelo.

Escreveu Teixeira de Pascoaes muito sobre as virtudes das aldeias e do quanto define Portugal que cada português tenha pelo menos uma para regressar. Não terá sido exatamente com estas palavras mas o espírito era aproximadamente este, nas grandes como nas pequenas coisas. A vida da cidade, principalmente no tocante a restaurantes, mais não é que um matizado fino de “sabores da terra” dos seus proprietários.

Muitas vezes, os pratos neles disponibilizados são de receitas de família que têm o duplo sentido de por um lado manter vivo o legado de sabores e texturas com que cresceram, por outro ser canal direto de comunicação com a terra donde provêm. Assim se vão matando as saudades, assim se vai cultivando a saudade, o sentimento mais português. O caso do Retiro do Paniceiro eleva esse conceito a um outro patamar, já que sogro e nora são ambos da mesma aldeia, Tarouquela (Cinfães do Douro).

Em 19 de Março de 1976, os pais de Pedro Santos fundam o primeiro Retiro do Paniceiro. Pedro era músico e militar, e a sua mulher Lurdes Teixeira bancária. A morte dos fundadores fez com que nascesse uma nova casa, em 1992. Ambos deixaram os respetivos empregos, Lurdes assumiu a cozinha, Pedro a sala e a garrafeira.

Hoje, Pedro júnior também trabalha no restaurante: estudou na Escola Profissional de Espinho e agora está ao lado do pai na sala. Há três grandes pratos de bacalhau de execução de tal forma primorosa que é difícil escolher. O mais representativo é o bacalhau à Retiro, versão especial particularmente sápida do bacalhau à Braga, seguido de perto nas preferências pelo bacalhau à Zé do Pipo. Um terceiro prato de bacalhau, a que a casa chama escuchinado, é lascado e apresentado limpo, sem peles nem espinhas. Ao fim de semana e às terças não falha o cozido à portuguesa com ingredientes totalmente provenientes de Tarouquela, a aldeia que à maneira de Pascoaes nos vai conquistando a todos.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend