O Artista: O hotel de Lisboa inspirado em Vasco Santana

Um estrangeiro deixou-se encantar pelas tiradas de Vasco Santana e criou um hotel inspirado por esta figura do cinema e teatro português. O Artista abriu no verão, na Baixa lisboeta, com 21 quartos e apartamentos e um restaurante assinado por Miguel Laffan.

Na rua das Portas de Santo Antão há quem pare em frente a O Artista e pergunte se é uma sala de espetáculos ou um teatro. A confusão tem razão de ser. Fica nas costas do Teatro D. Maria II, a uma curta distância do Coliseu dos Recreios e do Politeama. Já para não falar no nome e na carpete vermelha logo à entrada.

Mas não, O Artista é um hotel decorado por artistas, em homenagem a um dos maiores artistas portugueses. «A carpete vermelha que parece ondular é uma referência à cena de O Pátio das Cantigas em que Vasco Santana faz jorrar vinho da parede», explicam no momento do check-in. Foi a história do ilustre ator português que encantou Mikhail Ubaydulaev.

O investidor russo nunca tinha ouvido «Ó Evaristo, tens cá disto?», mas depois de ver quase todos filmes de Santana, comprou o edifício da baixa lisboeta que pertencia aos seus descendentes. As obras demoraram três anos e, finalmente, as portas abriram-se no ano passado para mostrar a decoração de Nini Andrade Silva e de vários artistas que colaboraram no projeto, acrescentando pormenores a várias divisões.

Margarida Fleming pintou um sofá acabado de comprar, Carlos Vieira desenhou Vasco Santana com pregos, e Armando Mesías registou Amália numa das paredes. No espelho do elevador foram desenhados ícones e monumentos lisboetas e nos 16 apartamentos e cinco quartos há ainda cortinados avermelhados que escondem roupeiros, telefones que parecem antigos; e mobília e detalhes em veludo que deixam bem claro a temática do espetáculo.

Todos os apartamentos estão equipados com kitchenette, pelo que a maioria dos pequenos-almoços fazem-se nos quartos – e assim evita-se o levantar obrigatório para não falhar a primeira refeição do dia. Os frigoríficos estão já equipados na véspera com o essencial: queijos, fiambre, ovos, iogurtes e outras bebidas. No próprio dia, ainda de madrugada, é colocado na maçaneta de cada apartamento um saco de tecido com pães e pastelaria fresca.

«Temos outros hóspedes que preferem ter o pequeno-almoço já preparado e nós servimos então no restaurante», explica Pedro Almeida, o chef escolhido por Miguel Laffan para liderar a cozinha d´O Ato. Pedro já tinha trabalhado com o chef em vários projetos (incluindo o estrelado L’And) e regressou recentemente do Funchal para dar variedade à Rua das Portas de Santo Antão, onde é fácil cair em armadilhas gastronómicas portuguesas.

No Ato, a cozinha é assumidamente nacional, sem cair em clichés. Boas carnes e peixe fresco, bons pratos clássicos com interpretação mais atual, para comer numa sala acolhedora, que segue a restante decoração do hotel. As cortinas estão abertas para quem quiser espreitar ou entrar – difícil é arrepender-se.

Bar de cocktails
Devido à sua pequena dimensão, o hotel tem apenas uma área comum. Ficam ali o restaurante e o bar, abertos ao público. No bar, podem beber-se cocktails inspirados nos ingredientes nacionais.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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