Para lá das inconfundíveis portas vermelhas, ainda se encontra o antigo balcão de madeira, do tempo em que ali se vendia o afamado pão-de-ló da Casa Margaridense. A loja centenária deu lugar, em 2008, a um bar e salão de chá que foi buscar inspiração para o nome no ex-líbris da casa. E como não há duas sem três, depois de alguns meses encerrada para remodelação, a Casa de Ló reabriu em abril, com nova cara, novo conceito e nova gerência. Ao bar juntou-se um restaurante, onde todas as noites há música ao vivo, e a decoração levou uma lufada de ar fresco, ainda que se mantenham os traços mais emblemáticos da casa.
«Tentamos manter ao máximo as caraterísticas originais», conta Fernando Borges, que ao lado da filha Mónica, tomou conta do espaço. É o caso dos armários de madeira, o relógio de parede que data da década de 1950, e até um antigo cofre «de que ninguém sabe a combinação», ri-se Fernando.
O novo balcão do bar foi forrado com as vigas de madeira que suportavam o piso superior do edifício – agora parcialmente removido – e que deu lugar a um mezanino de onde se podem ver tranquilamente os concertos na companhia de um dos cocktails da casa. As quartas-feiras são noites de jazz mas na nova Casa de Ló também cabem indie, soul e blues. «Valorizamos principalmente as bandas de originais, e tentamos dar apoio aos músicos nacionais», explica Fernando.
Já na carta sobressaem os sabores tradicionais. Destacam-se petiscos, frios e quentes, como os rolinhos de salmão e curgete, os hambúrgueres de alheira e os churros de bacalhau, e ainda pratos mais substanciais, como o tamboril com molho de açafrão e mexilhões, o bacalhau grelhado com broa ou a coxa de frango com laranja e arroz de legumes.
A fresca esplanada nas traseiras convida a prolongar o serão, que não fica completo sem uma visita à lista de sobremesas. A especialidade da casa – se dúvidas houvesse – é o pão-de-ló com espuma de queijo, uma homenagem à loja que ali assentou alicerces e ao doce que a imortalizou.
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