Diogo Pimentel, natural da Bairrada e acabado de chegar aos 28 anos, é o responsável pelo que se come nos restaurantes dos hotéis Neya (um em Lisboa, o mais recente na Invicta). No caso do Viva Porto, acaba de entrar em vigor a carta outono/inverno, com o título/mote “Da rede ao prado”. Assente em tradições lusas, boa parte dos pratos respeita a sazonalidade dos alimentos e caracteriza-se pelo que o chef define como “sabores mais fortes”. A que se junta o recurso abundante a matérias-primas de produtores locais e uma política de “desperdício zero” (ecoando, de resto, a metodologia dos próprios hotéis), que faz com que ingredientes sejam transversais a uma multiplicidade de pratos.
A viagem entre redes e prado que Diogo Pimentel e respetiva equipa de sete pessoas da cozinha do Viva Porto criaram pode incluir couvert com uma seleção de pães caseiros (destaca-se o de milho), azeitonas biológicas de Almeirim e manteiga de alho e cebolinho. E seguir por um creme de espinafres animado por elementos sólidos (brócolo, cenoura), e por uma feliz combinação de camarão tigre cozinhado a baixa temperatura, puré de tremoço e crocante de tapioca.
Nos pratos principais, o arroz caldoso de cogumelos, favas e ovo é uma das opções imunes a carne ou peixe: como uma açorda, o ovo, sobre base de broa salteada com azeite e alho, é misturado ao arroz já à mesa. A feijoada do mar é apresentada como um dos ex-líbris do restaurante, com feijão vermelho, polvo e gambas. O lombo de porco, 12 horas a cozinhar a 66 graus, serve-se com migas de chouriço da Guarda e pezinhos de coentrada. As sobremesas podem refrescar – tarte de limão aliada a sorvete de groselhas negras – ou reconfortar – uma combinação de crème brûlée, molho de café e crocante de mel e caramelo salgado, a mais popular, servida nos restaurantes Viva desde 2019.
Quanto aos vinhos, todos os pratos da carta incluem sugestões de harmonização que, pela amostra experimentada pela “Evasões”, devem ser seguidas. Privilegiando produtores de dimensão e visibilidade mais discretas, provou-se o Vila Nova Chardonnay Minho Branco (com o camarão tigre), e os durienses Águia Moura Reserva Tinto 2017 (arroz), Pôpa Amphora Branco 2018 (feijoada) e Quinta Casa Amarela Elísio Grande Reserva Tinto 2016 (lombo). Rematado, à sobremesa, por um Madeira, Justino’s Reserva meio seco.
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