No restaurante Zeca Pinto, em Vizela, o bacalhau reina há 70 anos

Bacalhau à Zeca Pinto é um dos pratos mais pedidos no restaurante. (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
No restaurante Zeca Pinto os pratos confecionados com o fiel amigo têm tanta tradição que a casa também é conhecida como Rei do Bacalhau. A relação é assumida, de tal forma que, no logótipo, figura um rabo de bacalhau.

Na freguesia de São João, em Vizela, há um lugar chamado Zeca Pinto e não foi o sítio que deu o nome ao restaurante, pelo contrário. A casa, aberta em 1956 pelo Senhor Pinto como mercearia e adega, ganhou uma tal importância que passou a topónimo. “A paragem de autocarro é Zeca Pinto, as escolas também e a rotunda, não sei se tem outro nome, mas é conhecida por Zeca Pinto”, afirma o proprietário, Marcelo Carvalho, de 44 anos. A casa comercial que o Senhor Pinto deixou aos dois filhos chamava-se Pinto e Irmão, mas “ um dos herdeiros chamava-se Zeca e o povo começou a chamar Zeca Pinto. E como o cliente é que manda, ficou até hoje”.

O Bacalhau à Zeca Pinto ainda é um dos pratos mais procurados da casa. “Uma posta de especial da Islândia, frito. Acompanha com batatas pré-cozidas, cortadas às rodelas e passadas na frigideira com cebolada”, explica Marcelo Carvalho. “Hoje em dia, fazemos uma concessão aos gostos modernos e servimos com batata frita às rodelas, mas continuamos a fazer o original para quem pedir.”

Os pais de Marcelo Carvalho compraram o negócio aos filhos do fundador quando estes atingiram a idade da reforma, em 1992. “Os meus pais são portugueses, embora se tenham conhecido no Brasil. Eu nasci no Rio de Janeiro. Lá, o meu pai tinha um talho e uma churrasqueira. Quando viemos para Portugal, em 1989, era só para passar férias e visitar a família, mas percebemos que a vida aqui estava melhor, havia mais segurança principalmente”, conta. Em pouco tempo o pai tinha vendido os negócios do outro lado do Atlântico e estavam instalados em Vizela.

“Começamos por tomar conta de uma churrasqueira no centro da cidade e demos-lhe uma nova dinâmica. Introduzimos a salsicha crioula que ainda não era usada aqui”, recorda. Quando surgiu a oportunidade de tomar conta da casa Zeca Pinto, “que já nessa altura era histórica, o meu pai agarrou”. Foi a partir dessa data que o estabelecimento deixou de ter mercearia e desenvolveu a atividade de restaurante, muito embora respeitando os pratos que tinham feito o bom nome da casa. Uma das primeiras medidas foi introduzir o serviço de takeaway, “uma revolução naquele tempo, em Vizela.”

As refeições para fora continuam a representar uma fatia importante do negócio “e foi muito bom, durante a pandemia, termos esta área já desenvolvida.” Apesar de ser o Rei do Bacalhau, o Zeca Pinto vende seis mil frangos assados por mês. A partir das 11.30 horas é um corridinho de gente a vir buscar comida. A azáfama não belisca a tranquilidade das duas salas de refeição que se encontram separadas e servidas por um acesso independente.

O bacalhau, à lagareiro, ao Zé do Pipo, com broa ou à moda da casa, nunca falta na carta, onde também se encontra, aos domingos, a vitela, o lombo de porco e o cabrito, tudo assado no forno. Todos os dias é possível comer a diária por 8,50 euros, mas a sexta-feira recomenda-se para uma visita porque é o dia em que a especialidade da casa está incluída no prato do dia.

Ementa
Menu do dia: 8,50 euros (sopa, prato, bebida e café)
Especialidades: Bacalhau à Zeca Pinto (à sexta no menu do dia) e de várias maneiras (todos os dias). Ao domingo, vitela, lombo e cabrito no forno
Zeca Pinto

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