Plantas suspensas, uma máquina registadora antiga, uma cartola equilibrada na cabeça de um urso, cadeiras de metal e madeira e outros objetos vintage comprados na Feira da Ladra são o que prende a atenção assim que se entra no Pippo, o novo inquilino do número 16 da Rua de Santos-o-Velho, onde anteriormente funcionava uma casa de pizas e brunch. “Mas as pizas não eram como as nossas”, atalha Marco von Ritter, com um sorriso, sentado com Yann Rotundo e Thomas Cecchetti, também ligados a Itália, unidos pela amizade e pelo negócio.
À semelhança das conversas e partilha de experiências que querem incentivar nos 30 lugares do Pippo, foi a comer e a beber nos respetivos espaços na Rua da Esperança que os três se conheceram, conta Marco. “Eu e o Thomas tivemos nela um bar de vinhos, o Ippolito & Maciste, e passávamos o tempo a comer no Maluca, enquanto o Yann estava sempre a beber no Ippolito” (nome do buldogue francês que arranca elogios aos clientes). Ao concretizarem o projeto juntos, empenharam o que cada um melhor sabe fazer, com Yann a tomar conta da cozinha.

(Fotografia de Manuel Manso)

(Fotografia de Manuel Manso)
Trata-se de um restaurante italiano e não de uma pizaria, deixa claro o trio de empresários. E embora o menu se divida entre snacks, pequenos pratos (“não é uma pizzeta”) e pizzetas, toda a comida pode ser pedida na ordem que os clientes entenderem. “A ideia é dividir um pouco de tudo e não apenas comer uma piza, como num restaurante tradicional”, esclarece Yann. Longe de serem convencionais, são feitas com massa de farinhas portuguesas e italianas, estas moída em pedra, e cuja fermentação lenta garante maciez no interior, um rebordo fofo e digestão leve.
A Carbonara, por exemplo, leva parmesão de duas curas, pecorino, provola fumada, guanciale e cogumelos Nãm (marca que produz cogumelos a partir de borras de café Delta). Das cinco combinações, cujos recheios podem levar tomate San Marzano e legumes sazonais, duas são para vegetarianos ou veganos. Já entre os pratos, com quatro opções, destacam-se os de puré de abóbora com miso, almôndegas de salsicha com trufa, batata e emulsão de alho; e arroz de risoto, tomate seco, tártaro de peixe branco e molho putanesca, ambos recém-adicionados.

(Fotografia de Manuel Manso)
Os snacks – nos quais se incluem focaccia com manteiga de sálvia, bolinhas de parmesão, San Marzano e anchova, e uma revisitação do guacamole, mas com brócolos – clamam, desde logo, por um copo de vinho ou uma garrafa. O menu tem entre 15 a 20 referências de brancos, tintos, orange e espumantes, naturais, biodinâmicos ou pouco intervencionados, de pequenos produtores (portugueses e italianos) e com histórias para contar. Em matéria de cocktails, são as infusões que reinam, caseiras à semelhança das sobremesas, de cheesecake e citrinos.
Pippo
Rua de Santos-o-Velho, 16-18 (Santos)
Tel.: 215815429
Web: @pippo.lisboa
De quinta a segunda, das 18h às 00h30.
Preço médio: 25 euros