Nikkei. O Peru e o Japão unidos à mesa em Belém

Depois de uns tempos em 'soft opening' para acertar agulhas, o Nikkei declara-se agora oficialmente aberto, pronto a receber todos quantos queiram provar a famosa união das cozinhas peruana e japonesa.

Já por aqui se contou a história da segunda vida do histórico Vela Latina, restaurante que Salvador Machaz herdou do pai e se propôs modernizar em conjunto com os sócios Viviane e Jorge Leote. Essa modernização chegou em duas fases. Primeiro, ao Vela Latina restaurante, que hoje está felizmente irreconhecível. Numa segunda fase, ao respetivo bar, que hoje já não existe: deu lugar ao novo Nikkei, restaurante que reproduz a famosa cozinha peruana de influência japonesa, cuja criação se deveu à enorme vaga de emigração de trabalhadores japoneses para o Peru entre o final do século XIX e o início do século XX, para trabalhar em minas, fazendas e na construção de linhas férreas.

A decoração do espaço ficou a cargo de Viviane Leote. (fotografia: DR)

Jorge e Viviane Leote prepararam o Nikkei com tanto afinco que há ano e meio abriram um pequeno restaurante em Cascais, o Waka, com um conceito muito semelhante. A ideia do casal era com esse projeto testar o outro, bem maior, que já estava previsto para este espaço. E se o Waka correu muito bem – tanto que continua aberto –, este Nikkei tem tudo para correr ainda melhor. A começar no espaço: um bar imponente, comum ao Vela Latina, que antecede a passagem à sala, toda decorada em tons escuros, e onde se destaca, numa das paredes, o enorme retrato de um nipo-peruano. No longo balcão é possível observar, em primeira mão, a forma como os chefs, coordenados pelo peruano Cesar Toledo, manejam o peixe cru, presente em inúmeras propostas da carta.

Não faltam, claro, os ceviches, com vários peixes e acompanhamentos, nem os tiraditos, o equivalente ao sashimi japonês, neste caso, porém, temperado com um molho geralmente cítrico e/ou picante. As causitas são uma interpretação original da causa, um dos pratos nacionais do Peru, em que um puré de batata e aji amarillo é recheado de diversas formas. Aqui são apresentadas em forma de sushi, com a batata na base e o recheio no topo. É possível fazer uma degustação de ceviches, tiraditos e causitas e percorrer logo aí boa parte do conceito. Mas também há sushi, tanto de inspiração nikkei como com os toques de fusão que os Leote tornaram célebres tanto na Confraria de Cascais como na de Lisboa.

O ceviche de peixe branco e aji amarillo. (fotografia: DR)

Os pratos quentes, servidos em doses maiores, completam a oferta – destaque, nesta secção da ementa, para a massa udon com molho huancaína, um molho peruano à base de aji amarillo e queijo fresco. A carta de cocktails ainda está a ser afinada mas já se pode beber o clássico e inevitável pisco sour. Outros seguirão, como o chilcano de pisco, com ginger ale, ou o Pisjito, um mojito reinterpretado com a aguardente peruana. Que vai saber ainda melhor quando a esplanada virada para os jardins de Belém for inaugurada, no próximo verão. Ainda falta muito?

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Leia também:

Já abriu a nova pizaria de Chakall com cocktails poéticos
Come a sopa, Lisboa, come a sopa (nestes 8 restaurantes)
Bitoques em Lisboa: 8 restaurantes obrigatórios




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend