Ainda antes da hora do almoço, muitos clientes habituais, e alguns de passagem, já aconchegaram o estômago com sandes de presunto, de salpicão ou queijo de ovelha. Rissóis, croquetes, coxinhas e chamuças estão também sempre disponíveis.
Ao almoço há um prato diário, preparado pela Dona Helena, que toma conta da pequena cozinha desta casa que está na mesma família há 30 anos. Arroz de polvo, rancho ou feijoada são algumas das propostas do almoço. Mas é durante a tarde que a casa “é mais forte”, diz Francisco Braga, marido de Dona Helena. “Temos muita coisa: bucho cozido com molho verde, polvo, rojões, fígado de cebolada, iscas de bacalhau, bacalhau frito ou papas de sarrabulho.”
Foi precisamente o gosto de servir ao balcão que deu origem a esta tradicional tasquinha. “A casa original é de 1938. Primeiro, chamava-se Casa Rangel e depois Paiva”, lembra Francisco Braga. Em 1993, ficou ele com o negócio. “Já tinha uma tasquinha em Rio Tinto, mas estava só à exploração.” Quando esta ficou disponível, não hesitou.
Francisco, Helena e Ana Filipa (Fotografia de André Rolo/GI)
O gosto do balcão vinha de longe. Francisco começou a trabalhar aos nove anos numa mercearia e assim se afeiçoou ao balcão e ao serviço. “Também gostava muito de beber o meu copinho”, admite. Por isso, este universo era-lhe familiar. Dona Helena também já estava habituada a servir, tendo trabalhado em padarias da Padouro. Agora, a filha Ana Filipa também dá uma ajuda.
O presunto é cortado fino, numa máquina de fatiar que se encontra num canto atrás do balcão. A decorá-lo, no teto de telhas, estão muitas pernas de presunto, canecas de barro e uma guitarra de fado. Uma panóplia que serve de cenário à degustação dos petiscos habituais.
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