Mauritânia, uma marisqueira histórica renovada, em Matosinhos

Marisqueira Mauritânia (Fotografia de André Rolo/GI)
Com mais de 40 anos, o restaurante Mauritânia renovou-se no verão passado. Mudanças na aparência, pois às mesas continuam a chegar os mariscos, o peixe e a comida tradicional com que o restaurante se fez famoso.

Foi em 1980 que Joaquim da Rocha ficou com aquele que era apenas um snack-bar numa zona privilegiada de Matosinhos. Hoje, Joaquim continua nas rédeas do negócio, agora acompanhado pelo filho Nuno. “O meu pai está sempre na cozinha, gosta de fazer as coisas sempre da mesma maneira, mantém os mesmos fornecedores há muitos anos. Só quer a matéria-prima de que gosta”, conta Nuno, que deixou o trabalho como consultor para ajudar a tratar do negócio da família.

Ele e o resto da família – a irmã e os pais – aparecem nas fotografias colocadas nas paredes na recente renovação do espaço, revelada em agosto, em forma de posters que contam a história do Mauritânia. Joaquim Rocha trabalhou em vários restaurantes, como o Cabana, em Espinho, ou o Agudamar. Natural de Lousada, fez no Porto o curso técnico de cozinha, de barman, de empregado de mesa. Conheceu a esposa e foi para a Marinha, onde trabalhou como cozinheiro. “A cozinha foi sempre a sua grande paixão”, conta Nuno. Com os filhos pequenos, Joaquim Rocha foi desafiado a tomar conta do snack-bar e transformou-o em restaurante de comida tradicional portuguesa. “Era uma zona boa para um negócio de restauração, está perto da lota e já havia aqui restaurantes.”

Marisqueira Mauritânia (Fotografia de André Rolo/GI)

 

Foram tempos difíceis: “Eu e a minha irmã fomos para casa dos meus avós em Gondomar. Os meus pais viviam aqui. Dormiram no chão até terem dinheiro para dar entrada para uma casa”. A vertente de marisqueira surgiu “com naturalidade. Nesta zona de marisqueiras, os clientes começaram a perguntar se serviam sapateira, camarões… Então, nas primeiras obras, instalou-se um aquário”.

Marisqueira Mauritânia (Fotografia de André Rolo/GI)

 

Ao longo dos anos foi havendo renovações e esta última surgiu “para acompanhar o mercado e para proporcionar mais conforto” aos clientes. “Era uma marisqueira tradicional, de muita rotação, com paredes em azulejo, chão em pedra, muito inox. As pessoas sentiam que era muito frio, muito escuro”, refere. Os tons bordeaux, os poucos candeeiros e as cadeiras de madeira deram lugar a uma parede azul mar, num degradé que acaba no branco das nuvens, a sofás e cadeiras almofadadas e a uma luz clara e difusa, “uma envolvência para que as pessoas se sintam mais em casa, numa sala de jantar”.

Marisqueira Mauritânia (Fotografia de André Rolo/GI)

 

Da cozinha continuam a sair pratos tradicionais, como tripas à moda do Porto ou arroz de pato à portuguesa. Mas há algumas novidades, com as matérias-primas de sempre. “Por exemplo, hoje o prato do dia foi arroz de amêijoas com filetes de pescada. Os nossos clientes já nos procuram muito pelos filetes ou pelos lombinhos de pescada com molho de marisco. No fundo, são variações”, diz Nuno Rocha.

Marisqueira Mauritânia (Fotografia de André Rolo/GI)

 

De resto, a açorda de marisco, os peixes grelhados, os camarões da costa com maionese picante ou a maionese de pescada com camarão continuam a ser os destaques da casa. Nas carnes, o bife Angus grelhado, entrecosto de novilho laminado e rosbife à inglesa são os mais procurados. Para comer na sala do rés-do-chão, no primeiro andar ou para levar para casa, pois o Mauritânia é também conhecido pelo serviço de takeaway e entregas.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend