Matosinhos: Comida tradicional em louça portuguesa

O avô Arnaldo empresta o nome, mas foi o neto, José Sousa e Silva, que idealizou e transformou a casa de família num restaurante de comida portuguesa onde se presta homenagem às memórias e à tradição.
O polvo assado no forno, tenro mas consistente, chega à mesa numa bonita travessa pintada à mão com motivos tradicionais da cultura portuguesa. O mesmo acontece com as restantes sugestões, emolduradas por flores, corações e até bailarinos de folclore, em cores garridas, com predominância do azul, do vermelho, do amarelo.
Em boa verdade, foi a louça, produzida em Ílhavo na Oficina da Formiga, o ponto de partida para toda a decoração. Os desenhos românticos contrastam com os azulejos geométricos do chão – que mostram o lado mais contemporâneo do restaurante –, e são o enquadramento perfeito para a comida de conforto que ali se serve. «É um restaurante de comida portuguesa, mas moderno», resume José, o proprietário.
Em terra de peixe também a carne se mostra fiel nas duas cartas do espaço. É que antes de chegar à sala de jantar, há que passar pela petiscaria, com uma ementa mais voltada para as conservas, enchidos e petiscos como as esferas de alheira, o salmão curado com lima ou o picapau com cogumelos. No restaurante propriamente dito, reservado a uma sala nas traseiras, mais intimista, a carta é semelhante, com produtos da terra e do mar, ainda que do segundo apenas cheguem dois ingredientes para os pratos principais, o polvo e o bacalhau, rei da casa, seja grelhado, com broa, à Braga ou fresco em filetes.
Os medalhões de vitela, as carnes maturadas e os secretos de porco preto compõem a seleção de carnes, que só fica completa com o arroz de pato, o galo à portuguesa em vinho, e o cabrito, este um exclusivo dos domingos.
Para acompanhar, José faz questão de variar diariamente as especialidades, de acordo com os produtos frescos que encontra no mercado. As couves da época salteadas são presença constante, ao lado do arroz de enchidos, de bacalhau, de cogumelos, de feijão com grelos ou outra variação de sabores que reavivam memórias.
O mesmo acontece ao olhar as paredes, decoradas com fotografias a preto e branco que representam as últimas décadas de Matosinhos, a terra natal do avô de José. É ele quem dá o nome ao restaurante, que se instalou na casa de família, recuperada por iniciativa de José. «Na altura fui à câmara fazer pesquisa sobre o prédio e encontrei a licença de habitabilidade assinada pelo meu avô no dia em que eu nasci», conta. Agora, no Avô Arnaldo presta homenagem à figura do avô, à história da cidade e às raízes da cozinha portuguesa.
Jantares vínicos
Os vinhos são uma das estrelas do restaurante, principalmente nos jantares vínicos que ali acontecem por marcação. Para cada um dos quatro momentos dão a escolher um vinho e criam um menu para harmonizar com as escolhas do cliente, que só sabe o que vai comer quando se senta à mesa.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

Leia também:




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend