Massa fina e fermentação natural n’A Tal da Pizza, em São João da Madeira

A Tal da Pizza (Fotografia de Artur Machado/GI)
Pizas de fermentação natural, de massa fina e combinações ousadas, são a estrela deste restaurante de ambiente familiar e acolhedor, onde se consola o estômago e a alma até ao último momento.

A Gertrudes é talvez o elemento mais importante da equipa desta pizaria artesanal que assentou arraiais em São João da Madeira. “Ela é a mãe de todas as pizas”, declara Tiago Campos, dono e pizaiolo d’A Tal da Pizza, projeto que partilha com a mulher, Sandra Haiduck Campos. Refere-se à massa mãe que guarda num frasco de vidro com uma cara sorridente e a que deu o nome de Gertrudes. É com ela que começa o processo de fermentação natural da massa, trabalhada no balcão à entrada do restaurante, e que dá origem a uma base fina e leve, de bordas crocantes. “As 48 horas de fermentação são muito importantes para o sabor e a textura saírem sempre iguais”, alerta Sandra.

A Tal da Pizza (Fotografia de Artur Machado/GI)

 

Tiago aprendeu a arte a trabalhar num restaurante italiano em Barcelona, com um mestre napolitano. Quando regressou a Portugal, teve outras ocupações, mas a “saudade de fazer pizas”, juntou-se à vontade de abrir um negócio seu e fez nascer este espaço, onde o casal também explora a paixão pela arte: acolhem regularmente exposições de artistas locais, e Tiago é autor dos bonitos candeeiros e outras peças de decoração feitas a partir de pedaços de madeira recolhidos na natureza.

 

O menu, todo ele feito de expressões portuguesas, contempla dezenas de pizas, que vão das clássicas até combinações mais ousadas. É exemplo a Olhar Com Olhos de Ver, que leva uma base de molho béchamel, queijo de Ossela, cinco variedades de cogumelos de produtores locais, azeite trufado, de alho e picante, além de pistácio e tomilho fresco.

Ainda que alguns ingredientes venham de Itália, como a farinha, o queijo e o salame picante, Tiago também faz por utilizar produtos de proximidade: o queijo de Ossela é produzido em Oliveira de Azeméis e a cerveja artesanal Mary Jane em São João da Madeira. Todos os azeites aromatizados, pastas e pestos são feitos na casa a partir das malaguetas e ervas aromáticas que crescem nos canteiros da esplanada.

 

Sendo as pizas a estrela da companhia – a carta tem ainda lasanhas e saladas -, também as há doces. Uma das mais recentes adições é a D. Pedro e Inês de Castro, uma reinterpretação do clássico Romeu e Julieta, feita com queijo gorgonzola e goiabada, referência a uma história de amor portuguesa e piscar de olho ao país natal de Sandra, o Brasil. Outra sobremesa que também tem raízes do lado de lá do Atlântico é o De Pernas Para o Ar, um bolo de chocolate vegano servido com gelado de cumaru, ou fava tonka, a baunilha da Amazónia.

E para “quando não cabe mais nada mas apetece um docinho”, Sandra sugere os amaretti, umas bolachinhas italianas feitas com amêndoa e recheio de framboesa ou café. Até porque há sempre espaço para consolar a alma.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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