Lisboa: no restaurante do Ritz a comida é simples ao olhar e complexa no sabor

De qualquer dos 28 lugares do intimista e elegante Cura, avista-se a cozinha aberta de Pena Bastos (Foto: DR)
No novo restaurante do Ritz, Pedro Pena Bastos joga entre simples e complexo, tradição e inovação, focado na qualidade do produto nacional. Afinal, não é só o tempo que Cura, a cozinha também.

Uma cozinha simples visualmente, mas complexa na abordagem. No Cura, novo restaurante do Ritz Four Seasons Hotel Lisboa, Pedro Pena Bastos põe em prática a gastronomia em que acredita. A nova morada do Ritz dedicada à cozinha de autor, um projeto idealizado há já um ano e adiado até agora, foca-se na sazonalidade, no contexto e tradição em redor e na curadoria da matéria-prima, quer seja com pequenos produtores ou no foraging – com o próprio chef a colher na natureza ervas e flores que aqui usa, como azedas, capuchinhas e tagetes. “Vejo a minha cozinha como muito direta, simples e complexa, onde se trabalham bem as bases, com sabor, origem, emoção”, explica Pena Bastos. Até porque, acrescenta, “a cozinha portuguesa é, de forma histórica e palpável, muito simples. O difícil é manter essa simplicidade e dar-lhe uma roupagem diferente”.

De qualquer dos 28 lugares do intimista e elegante Cura, avista-se a cozinha aberta de Pena Bastos. Se antes, o chef se ocupava como baterista de uma banda de rock, agora a música é outra, organizada em três menus de degustação, o Origens, mais completo, de 12 momentos, o Meia Cura e o Raízes, vegetariano. À mesa chegam snacks para comer de uma só dentada, como a tartelete de lírio maturado com creme de pimento fermentado e algas e o coração de alface grelhado com vinagrete de pólen e sementes.

A definição de mar chega com a mariscada, que junta camarão-rosa algarvio, lingueirão, coalhada de alho verde, tremoço e ovas de truta, mas também com o salmonete da lota de Peniche com puré de brássicas, emulsão de açafrão e um molho das espinhas do peixe.

Na carne, alguns dos destaques vão para a minhota maturada com puré de couve-flor, rábano e cogumelos e para a presa de porco alentejano servida com cebolas assadas em conchas de argila, uma técnica ancestral para cozinhar vegetais que Pena Bastos aqui aplica.

 

No Cura, o chef Pedro Pena Bastos faz a sua cozinha de autor: assente na época, no foraging e pequenos produtores e honrando a simplicidade (Foto: DR)

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