Numa de la Foata, natural da Córsega, ilha francesa com uma grande cultura italiana, foi quem nesta história chegou primeiro a Lisboa, abrindo a pizaria Mabiche no bairro de Arroios, com a mulher, há cinco anos. Dois anos depois, Matthieu de Courson, parisiense de 43 anos em busca de “melhor qualidade de vida”, juntou-se a ele. Mudou-se com a família para a Estrela, um dos bairros preferidos pelos franceses expatriados, e juntos abriram a Madame, um bistrô franco-português.
“Entre as duas guerras mundiais, muitos napolitanos migraram para Marselha, levando a piza com eles, e começaram a fazê-las com ingredientes locais, como o queijo emmental, o fiambre, as azeitonas e as anchovas”, diz Numa enquanto coloca e retira pizas do forno, na agitada hora de almoço. Na carta são 14. Além da clássica Marguerita, a Regine (tomate, fiambre, cogumelos, emmental, azeitonas e orégãos) e a Mimi (dividida em metades) estão entre as mais conhecidas.

Matthieu de Courson é um dos sócios do Madame. (Fotografia de Diana Quintela/GI)

Ovos cozidos com maionaise caseira. (Fotografia de Diana Quintela/GI)
Das pizas de massa fina e crocante (feita com azeite) e fácil de digerir, o cozinheiro destaca ainda a Josephine (tomate, mozarela fior di latte, curgete, queijo de cabra e pesto). Mas nem só de pizas se alimenta o Madame, visto que a vertente de bistrô lhe empresta outros pratos, tanto franceses como italianos e portugueses. Há ovos cozidos com maionese caseira, burrata artesanal com pesto, uma série de saladas bem recheadas e uma crescente aposta em pratos veganos, incluindo uma lasanha.
De Portugal chega uma posta suculenta de carne mirandesa, com batatas fritas e molho de pimenta, que é uma alternativa aos pratos do dia franco-portugueses. Nas sobremesas, é imperativo provar o tiramisu. “Tentamos utilizar ao máximo produtos nacionais”, diz Matthieu. De vinhos, há rótulos do Douro, Dão, Beiras e Alentejo. Já a decoração do espaço, com cadeiras e cartazes publicitários vintage, ficou a cargo da mulher de Matthieu, Victoria, que desenhou uma interpretação abstrata da Ponte 25 de Abril.

Lasanha vegana. (Fotografia de Diana Quintela/GI)
Longitude : -8.2245